O programa europeu contra o cancro deve ser modelo de acção para as outras doenças crónicas – um apelo da APDP.
No momento em que a Comissão Europeia se prepara para discutir, no próximo dia 9 de Fevereiro, as estratégias de combate às doenças crónicas não transmissíveis, a Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP) apela a uma acção nacional mais interventiva que coloque estas doenças, como a diabetes, as doenças cardiovasculares ou as respiratórias, entre outras, como áreas prioritárias no quadro da iniciativa Healthier Together.
No âmbito do Dia Mundial de Luta Contra o Cancro, que se assinala a 4 de Fevereiro, a APDP assinala que um dos grandes objectivos desta iniciativa é que os Estados Membros se comprometam com investimento e políticas de saúde que façam a diferença, como está a acontecer com o programa europeu contra o cancro.
A iniciativa Healthier Together pretende discutir as prioridades de acção para cada uma das doenças crónicas não transmissíveis e passar da partilha de boas práticas para a implementação de respostas efectivas. Para tal, a APDP, a Sociedade Portuguesa de Diabetologia (SPD) e a Federação Internacional da Diabetes – Região Europa, apelaram ao Governo Português para que assuma o papel de proponente de um documento para a concretização de uma visão estratégica para as doenças crónicas.
“É preciso replicar para as outras doenças crónicas, incluindo a diabetes, a política europeia, global e integrada, que está em construção na luta contra o cancro. Finalmente, temos essa oportunidade, pois a Comissão Europeia está interessada e disposta a investir nas doenças crónicas não transmissíveis com linhas de financiamento e diretivas comuns para todos os países.”, acrescenta José Manuel Boavida, presidente da APDP.
“Temos de apostar numa estratégia global integrada para estas doenças que inclua a comunicação de consciencialização para os cuidados a adoptar, proporcionar ambientes propícios para a adopção de estilos de vida mais saudáveis, oportunidades de diagnóstico precoce, programas de rastreio sistemático, registos nacionais, assistência clínica para gerir todas as condições e programas de educação e motivação para as pessoas com doença crónica e profissionais de saúde. Todas estas medidas, são ainda mais relevantes num tempo em que começamos a sair da pandemia de COVID-19 ”, reforça João Filipe Raposo, presidente da SPD.
A associação lembra que o cancro e a diabetes estão entre as “Dez ameaças à saúde global” identificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), referindo que a previsão é que o número de pessoas afectadas continue a aumentar. E estima-se que 1 em cada 5 pessoas com cancro (20%) também tenha diabetes. Adicionalmente, estudos epidemiológicos sugerem que as pessoas com diabetes apresentam maior risco de desenvolver determinados tipos de cancros, nomeadamente cancro hepático, pancreático, do endométrio, colo-rectal, mama e bexiga."