A greve convocada pelos sindicatos da Função Pública, Sindicato dos Médicos da Zona Sul e Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, registou uma adesão que contraria a divulgada pela ULS Algarve. Os dados apurados pelo SEP confirmam uma mobilização expressiva dos enfermeiros.

Mais importante que os dados é a constatação da real situação de carência de enfermeiros em toda a ULS, especialmente nos hospitais, senão vejamos:

• No hospital de Portimão, no turno da noite, para todo o hospital só estavam escalados 56 enfermeiros;
• No serviço de Cuidados Paliativos estava escalado 1 único enfermeiro para todo o serviço. Durante o mês de agosto não funciona a equipa inter-hospitalar e as consultas de cuidados paliativos.
• No serviço de Ginecologia também só estava escalado 1 enfermeiro.
• No serviço de cirurgia A, é preciso recorrer a turnos de 12 horas (ilegal) para garantir 2 enfermeiros neste mesmo turno da noite.

A existência de apenas um enfermeiro escalado para que turno for, é um retrocesso de 30 anos e contraria todas as normas de práticas seguras e a orientação da Ordem dos Enfermeiros.

• No hospital de Faro, no turno da noite, estavam escalados 97 enfermeiros.
• O serviço de ginecologia está a funcionar apenas com 2 enfermeiros por turno e, ainda, assim sempre com recurso a trabalho extraordinário, obrigando os enfermeiros a terem que seguir turno para garantir esse mínimo de 2 enfermeiros.

Finalmente, os atropelos no direito à greve que isso sim, deveria ter merecido por parte do Presidente da ULS uma intervenção que não aconteceu. No dia da greve todas as intervenções cirúrgicas da área da Senologia, habitualmente realizadas na Unidade Cirúrgica de Ambulatório foram transferidas para o Bloco Operatório Central. Este atropelo determinou que as duas enfermeiras, grevistas, do serviço de Ginecologia, a trabalhar nas condições acima referidas, tivessem que preparar 6 doentes para as respetivas cirurgias e prestar-lhes os cuidados pós-operatórios."

SEP Algarve