Ao longo deste ano, denunciámos carência de enfermeiros e exigimos a admissão de mais enfermeiros. Apesar do recrutamento efectuado, os enfermeiros continuaram e continuam a ser obrigados a realizar inúmeras horas extraordinárias reveladoras da carência estrutural destes profissionais.
Todos sabemos que o crescente aumento de necessidades das pessoas, designadamente relacionadas com a vacinação e aumento de internamentos, estão a determinar a necessidade de mais horas de cuidados de enfermagem disponíveis.
A disponibilidade e empenho e a capacidade de resiliência dos enfermeiros “estão no limite”. A situação é insustentável e vai agudizar-se.
É inadmissível que o Governo na reunião de Conselho de Ministros em que decidiram medidas de contenção para tentar travar a 5ª vaga de Covid, não tenham “tido tempo” para decidir, designadamente:
1 – A devolução da autonomia de contratação às administrações dos hospitais e ACES;
2 – Dado orientações para que as referidas Instituições intensifiquem rapidamente o recrutamento de mais enfermeiros;
O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses exige, relativamente ao Trabalho Extraordinário realizado, que o Ministério da Saúde efectue rapidamente:
1 - O levantamento da totalidade das Horas Extraordinárias ou “horas a mais” acumuladas até 31 de Outubro. Ou seja, independentemente da qualificação de trabalho extraordinário por parte das administrações, o que se exige é o levantamento da totalidade das designadas “horas a mais”, constantes da “coluna saldo acumulado” inserta nos horários que as “plataformas Sisqual e Risis” permitem fácil e rapidamente extrair;
2 - Estabelecimento de um plano de pagamento desta “dívida rolante” que apenas ao Ministério da Saúde/Governo e Administrações interessa.