É preciso continuar a sensibilizar a população para este problema e os decisores políticos para a adoção de medidas que permitam atingir os objetivos do Plano Nacional de Saúde (PNS).
O AVC continua a ser uma das maiores causas de morte prematura em Portugal.
O Plano Nacional de Saúde elegeu as prioridades em saúde com vista a melhorar a saúde e o bem-estar da população em todo o ciclo de vida e definiu metas até 2030 ao nível da promoção da saúde, prevenção da doença e melhoria do estado de saúde da população.
O PNS reflete os compromissos previstos no Programa do Governo que sobre o assunto afirma: “caminhar na eliminação de todas as mortes preveníveis e prematuras, muito em particular relacionadas com o cancro e as doenças cérebro-cardiovasculares”. O PNS colocou como objetivo para 2030 reduzir a taxa de mortalidade padronizada prematura (inferior a 75 anos) e estabelecer programas de reabilitação pós-Enfarte Agudo do Miocárdio e pós-AVC.
O diagnóstico da situação de saúde em Portugal evidencia a necessidade de continuar a intervir nos determinantes das doenças do aparelho circulatório.
Em 2018, em Portugal, 67 % dos óbitos prematuros poderiam ter sido evitados, dos quais 25 % corresponderam a mortalidade tratável (óbitos evitados caso tivesse havido uma intervenção dos cuidados de saúde mais efetiva) e 42 % a mortalidade evitável (óbitos evitados perante ações de prevenção da doença e promoção da saúde). Portugal apresenta valores de mortalidade evitável e tratável inferiores à média dos países da OCDE.
A alimentação inadequada, o índice de massa corporal elevado e os riscos associados à alimentação, é uma das principais causas de doenças crónicas, perda de qualidade de vida e mortalidade prematura, contribuindo para 7,3 % dos anos de vida saudável perdidos por morte prematura, doença e incapacidade (DALYs).
A alimentação inadequada, o índice de massa corporal elevado e os riscos associados à alimentação, é uma das principais causas de doenças crónicas, perda de qualidade de vida e mortalidade prematura, contribuindo para 7,3 % dos anos de vida saudável perdidos por morte prematura, doença e incapacidade (DALYs).
A concorrer contra os objetivos traçados no Plano Nacional de Vacinação está a situação de Portugal que mantém uma cobertura baixa dos cuidados de saúde em ambulatório (incluindo reabilitação); número de enfermeiros por habitante inferior à média da União Europeia; despesas de saúde inferiores à média da União da Europeia, especialmente, com prevenção e cuidados continuados; aumento das despesas não reembolsadas com a saúde (das mais elevadas da OCDE).
Assim, e para que seja possível atingir aqueles objetivos, entendemos:
- Investir na promoção da saúde e na prevenção da doença, nomeadamente, junto das crianças e jovens potenciando a aquisição de hábitos de vida saudável. Para isso é importante a alocar profissionais de saúde, e desde logo, enfermeiros a cada estabelecimento de ensino;
- Admitir enfermeiros para os Cuidados de Saúde Primários, nomeadamente, para as Unidades de Cuidados na Comunidade cuja missão é intervir junto das populações mais vulneráveis e, como bem afirma o Plano Nacional de Saúde, o aumento das desigualdades económicas, a alimentação deficiente, o consumo de álcool e tabaco são determinantes sociais com relevância no aparecimento de sinais e sintomas de doença cerebrocardiovascular;
- Aumentar o número de enfermeiros, nos cuidados de saúde primários, com a especialidade de reabilitação que garantam a continuidade de cuidados de reabilitação após o episódio de Acidente Vascular Cerebral;
- Manter a excelência das Vias Verdes do AVC e articular estes serviços não só com o pré-hospitalar (INEM) mas também com os Cuidados de Saúde Primários.