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Crianças são alvo preferencial de publicidade a alimentos pouco saudáveis. Grupos de consumidores exigem regras vinculativas por parte da União Europeia

Crianças são alvo preferencial de publicidade a alimentos pouco saudáveis. Grupos de consumidores exigem regras vinculativas por parte da União Europeia

O compromisso das empresas alimentares em comercializar responsavelmente os seus produtos não protege as crianças europeias de anúncios que promovem alimentos pouco saudáveis: esta é a principal conclusão de um inquérito realizado pela BEUC – organização europeia de consumidores e por dez das suas organizações membros.

O estudo, que decorreu entre Fevereiro e Março de 2021, recolheu exemplos de marketing alimentar pouco saudável.

Foram seleccionados os casos que se considerou estarem a infringir o compromisso das principais empresas de alimentos e bebidas da UE de comercializarem os seus produtos de forma responsável em relação às crianças. Este estudo inseriu-se num projecto liderado pela professora Amandine Garde da Universidade de Liverpool.

A obesidade e o excesso de peso afectam uma em cada três crianças na Europa. Muitas instituições, incluindo a Organização Mundial de Saúde, reconhecem a forte influência que a promoção de alimentos pouco saudáveis exerce sobre os comportamentos alimentares das crianças. Com amplas evidências de que a autorregulação da indústria de marketing alimentar para crianças não está a funcionar, os grupos de consumidores defendem a criação de regras vinculativas por parte da União Europeia.

Actualmente apenas vigora o designado "Compromisso da UE", uma iniciativa voluntária das grandes empresas alimentares para restringir a sua comercialização. Porém, a DECO e o grupo de consumidores europeus apontam sérias falhas a este compromisso:

• Os critérios nutricionais estipulados são demasiado permissivos – os produtos dirigidos a crianças considerados aceitáveis para serem comercializados apresentam valores nutricionais superiores aos recomendados pelas autoridades de saúde pública independentes;

• Programas de TV com grande audiência, transmitidos em horário nobre, têm um vasto público infantil que, estando fora da programação especialmente a si dirigida, fica "livremente" sujeito à publicidade a produtos alimentar com pouco interesse nutricional;

• As regras subestimam a exposição significativa deste público e as poderosas tácticas de marketing utilizadas tanto no mundo digital como no físico;

• As empresas não sofrem as devidas consequências ao violar as suas próprias regras, isto é, o processo de reclamação do Compromisso da UE é demasiado lento, obscuro, inconsistente e brando.

As organizações europeias de consumidores exigem que, face à poderosa influência da publicidade alimentar na alimentação das crianças, juntamente com uma epidemia de obesidade infantojuvenil, os decisores políticos europeus «avancem com regras vinculativas que, eficaz e rapidamente, parem o crescimento do marketing alimentar pouco saudável. É tempo da União Europeia se organizar e agir rigorosamente», defendem.

Veja aqui o vídeo (legendado em português) realizado pela BEUC e organizações europeias de consumidores.

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