A SYNLAB detectou novos casos da mutação da variante sul-africana do SARS-CoV-2, em Portugal. A confirmação foi efectuada ontem pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, após análise, por sequenciação do genoma, das amostras identificadas e enviadas na semana passada.
Segundo a SYNLAB, a variante sul-africana apresenta mutações em dois genes e só é detectada em amostras de doentes positivos para COVID-19, através de uma tipologia de teste RT-PCR desenvolvido pela mesma rede de laboratórios e dirigido aos genes mutados. Além disso, é conhecida por atingir os pacientes mais jovens e por ser mais resistente a anticorpos.
O primeiro caso identificado em Portugal ocorreu em Dezembro e foi também sinalizado pela SYNLAB, num viajante. Até à data, o laboratório já detectou quatro casos em território nacional.
Para Laura Brum, Directora Clínica da SYNLAB, «estas novas descobertas resultam da evolução do vírus que se vai adaptando, até às vacinas, e cria mutações que o tornam mais transmissível. Vamos continuar a trabalhar na identificação de variantes do SARS CoV-2, em colaboração com as autoridades de Saúde e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Temos capacidade para realizar a sequenciação do genoma (NGS), pelo que podemos participar activamente no processo de confirmação».
Recorde-se que a SYNLAB é o laboratório que efectua todos os testes COVID-19 (PCR e antigénios) nos aeroportos de Portugal, com unidades instaladas na zona das partidas (dedicadas a passageiros que necessitam de teste COVID-19 para embarcar) e na zona das chegadas (dedicadas a passageiros que chegam sem teste COVID-19 negativo). Foi aqui que o laboratório identificou, também em Dezembro do ano passado, uma mutação na variante do Reino Unido, que está associada à falha na detecção do gene "S", um dos quatro genes que podem ser usados como alvo no teste PCR. A SYNLAB processa diariamente centenas de amostras por esta técnica, de forma a detectar a variante inglesa e acompanhando os dados de frequência desta variante.