A Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal (APDP), com o apoio de várias associações de cidadãos com doença e outras individualidades de relevo na área da Saúde, incluindo autarcas, acaba de lançar uma petição pelo acesso generalizado aos testes rápidos de antigénio para a população portuguesa, como estratégia de controlo da pandemia. A proposta conta já com o apoio de várias entidades na área da saúde.
Esta petição sugere a implementação de duas medidas: a venda sem prescrição médica obrigatória dos testes rápidos de antigénio para o SARS-CoV2, preferencialmente os de saliva, e a oferta semanal de um teste rápido de antigénio por pessoa, através do Centro de Saúde, da Junta de Freguesia ou de organizações de base comunitária.
José Manuel Boavida, presidente da APDP, explica que estes testes são «um complemento necessário para a implementação de uma estratégia nacional eficaz de combate à pandemia da Covid-19, permitindo um desconfinamento mais seguro. Os testes rápidos de antigénio, ao contrário dos laboratoriais, dão resultados em minutos, são de fácil utilização e com um custo 12 a 20 vezes inferior».
A Associação considera que perante a lentidão do processo de vacinação e no contexto da falta de vacinas a nível europeu, é necessário uma detecção activa e reforçada de todos os casos positivos para que o processo de desconfinamento seja feito com a maior segurança possível.
Para a APDP, o exemplo de sucesso da Alemanha, onde o Governo facilitou o acesso dos testes rápidos à população, é paradigmático da vontade das pessoas em quererem defender-se e proteger autonomamente. «Na Suíça, são fornecidos à população cinco testes rápidos por mês. Na Inglaterra, dois por semana. Na Alemanha, um por semana! E em Portugal?», questiona José Manuel Boavida.
De resto é a própria Comissão Europeia que recomenda aos Estados Membros o alargamento do uso dos testes rápidos de antigénio para conter a propagação da Covid-19, método já usado também na Assembleia da República.
«Se queremos que os cidadãos sejam verdadeiros agentes de saúde pública, temos de lhes dar as ferramentas para ajudar. As pessoas infectadas devem ser identificadas e isoladas o mais depressa possível e tal só será conseguido com testes rápidos e baratos à escala populacional. Como a História da insulinoterapia já comprovou, assim como os testes da sida e da gravidez, não há motivo nenhum para que as pessoas não possam aprender a testar-se, contactando o SNS 24 ou o seu médico de família, sempre que o resultado seja positivo», conclui o presidente da APDP.
A petição conta já com vários subscritores que são representantes de associações de cidadãos com doença, médicos e autarcas, nomeadamente:
- José Manuel Boavida, Presidente da Direcção da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal
- Vitor Rodrigues, Presidente da Direcção da Liga Portuguesa contra o Cancro
- Sofia Crisóstomo, Co-coordenadora do Mais Participação, Melhor Saúde
- Luis Mendão, Presidente da Direcção do GAT – Grupo de Ativistas em Tratamentos
- Isabel Saraiva, Presidente da Direcção da RESPIRA - Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas
- Elsa Frazão Mateus, Presidente da Direcção da Liga Portuguesa contra as Doenças Reumáticas
- Joaquim Brites, Presidente da Direcção da APN – Associação Portuguesa de Neuromusculares
- Carlos Oliveira, Presidente da Direcção da ADEXO – Associação de Doentes Obesos e Ex-obesos de Portugal
- Jaime Melancia, Presidente da Direcção da PSO Portugal – Associação Portuguesa da Psoríase
- João Filipe Raposo, Director Clínico da Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal
- Bruno Parreira, Presidente da Junta de Freguesia de Rio de Mouro
- Maria José Vitorino, Eleita da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira
- Luis Gardete Correia, Presidente da Fundação Ernesto Roma
- Sérgio Silva, Fundador do Grupo DiabéT1cos
- Anabela Paixão, Médica Cardiologista Pediátrica
- Luiz Gamito, Médico Psiquiatra
- Isabel Fragoso, Empresária
A petição pode ser subscrita aqui.