As declarações públicas efectuadas à margem do 35.º Congresso de Pneumologia escamoteiam o crescente consenso a nível internacional sobre o papel relevante que pode desempenhar a adoção de uma estratégia de redução de danos no consumo de nicotina e prossegue uma estratégia de negação sobre a evidência científica disponível, segundo a qual os produtos de tabaco aquecido constituem uma melhor alternativa para os fumadores do que continuarem a fumar cigarros, considerou hoje a Tabaqueira.
“A comunidade médica deveria considerar cuidadosamente o impacto que mensagens imprecisas e incompletas poderão ter sobre aqueles que já mudaram para alternativas melhores do que continuar a fumar”, afirmou Miguel Matos, Diretor-geral da Tabaqueira.
“Estamos absolutamente de acordo que a melhor opção é não começar a fumar e para os fumadores é deixar completamente de usar produtos de tabaco ou com nicotina. No entanto, a realidade é que muitos não o irão fazer. Esses fumadores merecem uma solução sensata baseada em evidência e não simplesmente mensagens que podem afastá-los de melhores opções do que fumar cigarros”, referiu ainda.
Para a Tabaqueira, subsidiária da Philip Morris International (PMI) em Portugal, é inquestionável que a melhor opção se encontra sempre do lado da prevenção e da cessação do consumo de produtos de tabaco e que qualquer fumador adulto que tenha preocupações de saúde deve deixar de consumir quaisquer produtos de tabaco ou à base de nicotina.
Contudo, de acordo com dados da própria Organização Mundial de Saúde (OMS), o número de homens e mulheres que irão continuar a fumar irá manter-se praticamente estável num futuro próximo, e para esses faz sentido a disponibilização de alternativas que tenham o potencial de ser menos nocivas que os cigarros.
Para estes fumadores, não sendo o tabaco aquecido um produto inócuo ou isento de riscos, consiste não obstante numa melhor alternativa para eles do que os cigarros, conforme tem vindo a ser amplamente comprovado por evidência científica independente e entidades oficiais como a Agência de Saúde Pública em Inglaterra, a Public Health England, a Agência Americana para a Segurança Alimentar e do Medicamento, Food and Drug Administration (FDA), e outros laboratórios independentes, incluindo laboratórios da rede oficial de laboratórios da OMS -TobLabNet, como por exemplo o Instituto para a Avaliação do Risco Alemão.
O produto de tabaco aquecido comercializado pela Tabaqueira foi autorizado para comercialização nos Estados Unidos da América, a 30 de Abril de 2019. A FDA, no contexto desta autorização, emitiu um comunicado de imprensa no qual afirmou que, “após uma revisão científica rigorosa […], a agência determinou que a autorização desses produtos para o mercado dos EUA é apropriada para a proteção da saúde pública, porque entre outras considerações fundamentais, o produto produz níveis menores ou inferiores de alguns constituintes tóxicos do que os cigarros combustíveis. Por exemplo, a exposição ao monóxido de carbono do aerossol […] é comparável à exposição ambiente e os níveis de acroleína e formaldeído são 89% a 95% e 66% a 91% respetivamente menores que os dos cigarros combustíveis.”
Até à data, decorrida uma década de investigação e desenvolvimento de métodos de análise, é conhecida exatamente 99,7% da composição química do aerossol do tabaco aquecido. Deste modo, é completamente infundada a afirmação segundo a qual existe desconhecimento relativamente à composição química do seu aerossol.
A composição química do aerossol do tabaco aquecido é muito diferente do fumo dos cigarros devido à ausência de combustão. Desta forma, é natural existirem constituintes químicos presentes no aerossol do tabaco aquecido que não estão presentes no fumo dos cigarros. No caso do produto de tabaco aquecido comercializado pela Tabaqueira, são apenas três os constituintes químicos nestas condições, aliás identificados pela FDA, que no seu relatório de avaliação científica concluiu que “estes químicos estão presentes em níveis muito baixos e os seus efeitos potenciais são compensados pela redução substancial no número e níveis dos CNPN [constituintes nocivos ou potencialmente nocivos] encontrados nos cigarros combustíveis”.
A Tabaqueira subscreve que a composição química do aerossol, por si própria, não é suficiente para permitir conclusões sobre o potencial de redução do risco de um produto. No entanto, até à data, foram completados 18 estudos não clínicos e 10 estudos clínicos em fumadores adultos. Foi possível demonstrar que a redução das emissões tóxicos no aerossol do produto se traduz numa redução de toxicidade em modelos laboratoriais, menor exposição em estudos clínicos, seguido por melhorias na resposta biológica de pessoas que mudaram para o produto de tabaco aquecido em comparação com continuarem a fumar, o que é um passo em frente no sentido de confirmar a redução do risco.
Também quanto às alegações relativas às substâncias tóxicas libertadas pelo “filtro de plástico” das unidades de tabaco aquecido, é importante clarificar que o seu filtro não contém plástico, contrariamente ao que falaciosamente se pretendeu insinuar.
O filtro em causa contém um polímero compostável feito de ácido polilático (que não é um plástico), cujo objetivo é arrefecer o aerossol e reduzir e/ou eliminar alguns constituintes químicos nele presentes, um elemento oco de acetato para conferir rigidez ao filtro e acetato de ceulose, semelhante ao filtro dos cigarros, para transmitir a mesma experiência sensorial.
Além disso, foi demonstrado inequivocamente que os constituintes químicos que algumas entidades alegaram existir no aerossol, com origem no filtro, não têm fundamento cientifico, como ficou demonstrado na reputada publicação científica Tobacco Control Journal (disponível aqui) e no sítio de internet da PMI Science (disponível aqui).
O mesmo se diga em relação às falsas acusações de hepatotoxicidade, sobre a qual, em resposta a um artigo original de um grupo de investigadores, foi realizada uma investigação detalhada quanto a eventuais danos para o fígado e, após revisão de todos os resultados dos estudos não clínicos e clínicos, não foi detetada qualquer indicação de hepatotoxicidade ou lesão hepática (disponível aqui).
Todos estes elementos têm vindo a ser partilhados de forma transparente com a comunidade médica e científica. Em Abril deste ano, a Tabaqueira disponibilizou a diversas sociedades médicas em Portugal, incluindo a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, uma lista de todos os estudos científicos independentes e um sumário de relatórios de avaliação realizados por entidades governamentais.