Foram hoje, terça-feira, anunciados os jornalistas vencedores das Bolsas de Jornalismo 2020, uma iniciativa do Sindicato dos Jornalistas com apoio da Roche. A 2.ª edição das Bolsas de Jornalismo contou com mais de 30 candidaturas.
O anúncio dos projetos vencedores foi hoje, 9 de Março, feito numa cerimónia online, que constituiu também um momento para refletir sobre as condições do jornalismo actual em Portugal, bem como o seu papel na pandemia que atravessamos. Depois da análise das candidaturas, o júri escolheu os cinco projetos vencedores:
Alexandre Costa, jornalista freelancer:
A experiência em que todos estamos a participar – O impacto da Internet e das múltiplas plataformas online a nível cognitivo e neurológico
Margarida David Cardoso, jornalista do Fumaça
Eu já não quero um amanhã - Análise sobre como é viver com uma doença mental
Paulo Barriga, jornalista freelancer
Suicídio no Alentejo em tempos de Covid-19
Helena Gatinho, jornalista freelancer
Isolamento Social: O cérebro pode ficar diferente?
Vitalino José Santos, jornalista do Jornal digital sinalAberto
A medicina personalizada em hemato-oncologia
Cada um dos cinco jornalistas recebe uma bolsa no valor de 2 000 euros, totalizando um apoio de 10 mil euros. As candidaturas foram avaliadas por um júri composto por: Isabel Nery, do Sindicato dos Jornalistas, Ricardo Encarnação, Director Médico da Roche, Graça de Freitas, Directora-Geral da Saúde, Constantino Sakellarides, Médico e Professor Catedrático e por Sara Sá, jornalista.
André Vasconcelos, Director-Geral da Roche, manifestou, nesta cerimónia, a sua profunda admiração pelos jornalistas portugueses, destacando também o seu papel no combate à pandemia. O novo Director-Geral assumiu ainda o compromisso da Roche em contribuir para um ecossistema de saúde mais informado, mais esclarecido, mais equitativo e mais justo: «As Bolsas de Jornalismo são um projecto muito importante para a Roche. Para nós é fundamental uma sociedade que valoriza o jornalismo independente, o jornalismo de qualidade. Num mundo onde o fenómeno das chamadas fake news é uma realidade com que nos confrontamos a cada instante, e onde a área da saúde é uma das principais visadas por fenómenos de desinformação, o trabalho dos jornalistas é ainda mais crítico, ainda mais importante».
O Diretor-Geral ainda acrescentou que «É fundamental que os jornalistas possam exercer o seu trabalho em liberdade. Que possam informar e contribuir para uma maior literacia em saúde. A Roche está disponível para continuar a apoiar o jornalismo de qualidade, o jornalismo de investigação, independente que contribua para uma sociedade mais saudável».
Pelo Sindicato dos Jornalistas, a presidente Sofia Branco destacou o papel do jornalismo no acompanhamento da crise pandémica. Mas manifestou a preocupação quanto à «saúde financeira e laboral do jornalismo», também afectada pela pandemia. Argumenta que as Bolsas de Jornalismo são «ainda hoje mais oportunas» e agradece à Roche, em nome do Sindicato, por «continuar a ser parceira nesta iniciativa e por assumir uma responsabilidade social que é essencial».
A Directora-Geral da Saúde, Graça Freitas considerou um privilégio fazer parte desta iniciativa, que «se mantém viva, mesmo em tempos de pandemia» e explicou que «no meio deste imediatismo e necessidade de todos darmos respostas em tempo real, ao analisar as propostas, quisemos um momento de pausa. Olhar para estas candidaturas como se estivéssemos num tempo normal. Em que a investigação e a qualidade ainda têm lugar. A todos os que tiveram uma ideia, um projecto, temos de lhes ficar gratos. Houve propostas de muito mérito».
As Bolsas de Jornalismo visam fomentar a criação de trabalhos jornalísticos de qualidade na área da Saúde. As contingências ditadas pela pandemia fizeram adiar para o dia de hoje o anúncio dos vencedores das Bolsas de Jornalismo de 2020, cujas candidaturas decorreram entre Outubro e Novembro do ano passado.