A Associação de Investigação e Cuidados de Suporte em Oncologia (AICSO) em parceria com a Liga Portuguesa Contra o Cancro – Núcleo Regional do Norte (LPCC-NRN) e com os ginásios Solinca organizam, amanhã, dia 9 de Abril, sexta-feira, às 17:00 horas, uma aula streaming de exercício físico com o mote «A importância, para o doente oncológico, de ter uma vida activa praticando exercício físico em família».
A iniciativa, inserida no Dia Mundial da Actividade Física e nas comemorações do 80.º aniversário da Liga Portuguesa Contra o Cancro (LPCC), tem como objectivo incentivar os doentes com cancro a praticar actividade física mesmo em período de confinamento com exercícios que podem ser feitos em casa. «Os nossos programas já demonstraram que os participantes veem melhorias na aptidão cardiorrespiratória, na força muscular e na composição corporal. A aptidão cardiorrespiratória e a força muscular, por exemplo, relacionam-se com a redução de mortalidade, efeitos adversos das terapêuticas e da sua severidade», explica Ana Joaquim, médica oncologista do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho e Vice-Presidente da AICSO.
O ONCOMOVE é o programa desenvolvido pela AICSO para promoção da reabilitação do doente oncológico. Inclui os projetos MAMA_MOVE e PROSTATA_MOVE e visa otimizar o tratamento da pessoa que vive com e para além do cancro. É multidisciplinar, contando com médicos oncologistas, fisiatras e cardiologistas, enfermeiros de reabilitação e de saúde mental dedicados à Oncologia, psicólogo, nutricionista, fisiologistas e técnicos de exercício físico.
A aula streaming do projeto MAMA_MOVE Gaia Comunidade que se realiza amanhã, dia 9 de Abril, sexta-feira, pode ser acompanhada gratuitamente aqui e será dada pelo professor fisiologista Micael Vieira com uma voluntária da LPCC-NRN. A sessão é dirigida a doentes oncológicos, mas está aberta a sobreviventes de cancro, cuidadores e população em geral.
A prática de actividade física regular está relacionada com a redução do risco de doenças não transmissíveis como doenças cardio e cerebrovasculares, diabetes, cancro da mama e cancro do cólon. No entanto, em todo o mundo, «um em cada quatro adultos não cumpre estas recomendações. Nos países mais desenvolvidos, o nível de inatividade física chega aos 70%, o que é muito preocupante», sublinha a médica.
A AICSO, através do programa ONCOMOVE tem procurado manter os doentes oncológicos activos apesar da pandemia e garante que o balanço é muito positivo. «Temos os ganhos em saúde e os sociais que são, essencialmente, o convívio e partilha de experiências entre participantes que estão unidos pelo diagnóstico e pelo gosto que ganharam à prática de exercício físico, o qual percecionam como seguro e aprovado pela equipa médica e outros profissionais de saúde que os acompanham», refere Ana Joaquim.
As aulas virtuais têm cada vez mais adesão. O primeiro confinamento interrompeu grande parte da actividade dos programas do ONCOMOVE. A equipa afirma ter-se adaptado à nova realidade com contactos por telefone e sessões virtuais. A especialista revela que outra das estratégias utilizadas foi a troca de mensagens regulares com conselhos relativos à actividade física, nutrição, psicologia, entre outros, disponibilizando os contactos para esclarecimento de dúvidas e algum tipo de apoio que fosse necessário.
«Quando foi permitida a abertura dos ginásios e dos pavilhões desportivos, os participantes aderiram, em massa, ao regresso aos programas presenciais. No segundo confinamento, tinha havido mais tempo para preparação, tanto da equipa como dos participantes. Assim, as plataformas digitais estão mais adaptadas e todos aprendemos a viver desta forma. Prova disso é a adesão superior dos participantes às aulas virtuais que verificamos atualmente, comparativamente com o primeiro confinamento», explica a médica oncologista.