ALGARVE 2030 apoia investimento de 17 milhões de euros para reforçar cuidados de saúde, em especial na área de oncologia, na região

Os Fundos Europeus geridos pelo Programa Regional ALGARVE 2030 estão a contribuir para uma melhoria significativa na prestação de cuidados de saúde na região, com impacto direto na prevenção, diagnóstico precoce, tratamento especializado e acompanhamento dos utentes oncológicos.
A Autoridade de Gestão do ALGARVE 2030 aprovou uma candidatura apresentada pela Unidade Local de Saúde do Algarve (ULS Algarve), para a implementação de um Centro Oncológico Regional Integrado do Sul (CORIS), com um investimento total de 17 milhões de euros, dos quais 10,23 milhões de euros correspondem a apoio de fundos europeus, prevendo-se a execução do projeto no primeiro semestre de 2027.
O projeto baseia-se numa estratégia de valorização das infraestruturas já existentes no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sendo complementado com a construção de novos equipamentos de saúde, nomeadamente o Centro Oncológico Regional Integrado do Sul, a localizar em Loulé. Esta sinergia criada pela ULS Algarve e a Autarquia de Loulé, viabilizou a cedência pela Autarquia Local à ULS Algarve de um terreno para a construção de edifício específico, tendo esta Autarquia Local ainda atribuído à ULS um valor de 1,4 milhões de euros, para contribuição da contrapartida nacional da candidatura.
A implementação deste investimento permitirá garantir uma resposta integral aos utentes da região do Algarve, atuando de forma coordenada em três eixos fundamentais para uma resposta adequada na área oncológica: Prevenção e Diagnóstico Precoce, Tratamento Específico e Cuidados ao Doente Oncológico.
Para o tratamento Específico Oncológico, o projeto visa ainda o reforço e modernização dos blocos operatórios nas três unidades hospitalares da região (Faro, Portimão e Lagos) através da aquisição de equipamentos de cirurgia endoscópica avançada, microscopia cirúrgica, torres de vídeo, anestesia e sistemas de suporte crítico, como o ECMO.
Reconhecendo a importância crescente da Pneumologia Oncológica, prevê ainda que seja reforçada a capacidade diagnóstica e terapêutica com equipamentos de videotoracoscopia (VATS) e de diagnóstico funcional respiratório. Paralelamente, as farmácias hospitalares, nomeadamente a de Portimão, serão modernizadas para garantir condições seguras e eficientes na preparação de terapêuticas complexas, como quimioterapia e imunoterapia.
Estas medidas permitem que os doentes oncológicos da região tenham acesso a tratamentos modernos e eficazes sem necessidade de deslocações prolongadas para outras regiões.
O projeto aposta também nos cuidados integrados e humanizados ao doente oncológico através de uma abordagem integrada e humanizada, que inclui seguimento clínico, medicina de precisão e cuidados paliativos.
Entre as iniciativas destaca-se a criação de uma unidade integrada de procriação medicamente assistida com diagnóstico genético pré-implantatório, junto ao laboratório de genética médica em Loulé, fundamental para doentes oncológicos jovens, permitindo preservar a fertilidade e prevenir a transmissão de mutações genéticas hereditárias.
Serão também reforçadas as respostas em cardio-oncologia, hospitalização domiciliária, imagiologia no domicílio e cuidados paliativos integrados, promovendo a humanização dos cuidados e o bem-estar dos utentes.
Este investimento representa uma mudança estrutural e transformadora na resposta oncológica do Algarve, reforçando a equidade territorial, a qualidade assistencial, a inovação tecnológica e a centralidade do utente.
Com o apoio dos Fundos Europeus, esta operação faz corresponder ao previsto nos objetivos específicos definidos para o programa Regional ALGARVE 2030, nomeadamente: Garantir a igualdade de acesso aos cuidados de saúde, fomentar a resiliência dos sistemas de saúde, inclusive dos cuidados de saúde primários, e promover a transição dos cuidados institucionais para os cuidados centrados na família e de proximidade.
Esta opção resulta, ainda, da premência na resposta a uma doença que afeta cada vez mais a população (a Comissão Europeia estima um crescimento de 24% até 2035) e sobretudo da insuficiência de respostas na região.
Os Fundos Europeus do ALGARVE 2030 continuam, assim, a afirmar-se como um instrumento decisivo para elevar a qualidade dos cuidados de saúde públicos na região e o acesso aos mesmos, neste caso, reforçando as competências do Serviço Nacional de Saúde e reduzindo as desigualdades regionais.