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A 17 de Maio assinala-se o Dia Mundial da Hipertensão, um «grave problema de Saúde Pública»

A 17 de Maio assinala-se o Dia Mundial da Hipertensão, um «grave problema de Saúde Pública»

Em Portugal, segundo o Institudo Nacional de Estatística (INE), o Acidente Vascular Cerebral (AVC) está na origem do maior número de óbitos representando 9.8% da mortalidade em 2019. É igualmente reconhecido que a hipertensão arterial é o principal factor de risco modificável para as doenças cerebrovasculares, incluindo o AVC. Nas palavras de Ana Verónica Varela, Internista do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve – Hospital de Faro, estes factos levam a que a hipertensão arterial se caracterize como um «grave problema de Saúde Pública, com o qual nos debatemos actualmente».

Aumentos na pressão arterial causam lesão vascular cumulativa e progressiva em vários orgãos do corpo humano, incluindo o cérebro. O culminar destas alterações no cérebro são um episódio de AVC. Embora a hipertensão arterial esteja mais intimamente ligada com o AVC hemorrágico, também existe uma relação directa e indirecta com o AVC isquémico, dependendo do seu subtipo etiológico. Contudo, e independentemente do tipo de AVC a que nos referimos, para além da mortalidade, já acima mencionada, também é importante alertar para a morbilidade do AVC, que consiste em alterações cognitivas e limitações funcionais e de linguagem com as quais os sobreviventes de AVC são confrontados.

De acordo com a Internista o Centro Hospitalar e Universitário do Algarve – Hospital de Faro, por mais que o tratamento do AVC agudo tenha avançado nos últimos anos a aposta principal é na prevenção da sua ocorrência através do controlo dos factores de risco que estão na sua origem. Uma percentagem considerável dos portugueses é hipertensa e desconhece que o é, o que leva a que se torne fundamental o diagnóstico e tratamento precoces como meio de prevenção do AVC primário e recorrente.

A estratégia passa por sensibilizar a população para esta doença silenciosa, apostando também no regular acompanhamento pelos cuidados de saúde primários (Médicos e Enfermeiros de Família), assim como rastreios populacionais ocasionais, que são preponderantes no diagnóstico da hipertensão arterial.

Ana Verónica Varela, afirma que: «Após o diagnóstico, e de acordo com os valores de pressão arterial, são tomadas atitudes farmacológicas/terapêuticas individualizadas. Fomentar a consciencialização da gravidade da doença na sua globalidade, incentivar a adesão terapêutica, instituir mudanças e hábitos de vida saudável e reforçar a necessidade de seguimento regular pelo Médico de Família são partes importantes da estratégia global na prevenção do AVC».

Acrescenta que embora muitas vezes desvalorizadas, as alterações de estilo de vida são importantes adjuvantes e diminuem, na globalidade, os eventos cardiovasculares e não só os AVC’s. Falamos de: redução na quantidade de sal ingerida, moderação do consumo de álcool, cessação tabágica, redução de peso e manutenção de peso ideial e actividade física regular assim como consumo elevado de legumes e frutas.

Uma redução de 10mmHg na pressão arterial sistólica ou uma redução de 5mmHg na pressão arterial diastólica está associada a reduções significativas na ocorrência de AVC’s em aproximadamente 35%. Portanto, alerta para a importância de «sensibilizar, diagnosticar e tratar a hipertensão arterial de modo a prevenir a morbilidade e a mortalidade associada ao AVC».

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Fotografia abaixo:

Ana Verónica Varela –Internista do Centro Hospitalar e Universitário do Algarve – Hospital de Faro

Membro do grupo J-SPAVC, da Sociedade Portuguesa do AVC

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