Exige-se mais autonomia das instituições para contratar enfermeiros e o reforço das respostas em saúde ao nível dos Cuidados de Saúde Primários.
Em ofício enviado ao Ministério da Saúde, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses exige o reforço das respostas em saúde pelos Cuidados de Saúde Primários e hospitais, o recrutamento de mais enfermeiros, a devolução de autonomia de contratação pelas instituições e reabertura de alguns centros de vacinação.
Segundo o sindicato, o processo e a agenda vacinal são de uma enorme exigência. Os enfermeiros já administraram 1 561 000 doses de vacina contra a gripe e 750 000 doses de reforço e adicionais de vacinas contra a Covid–19. Contudo, de acordo com as estimativas oficiais, faltam ainda administrar mais de 1 milhão de doses contra a gripe e 3,4 milhões contra a Covid–19.
Para além de outros fatores imprevisíveis há ainda a considerar:
- A elevada “carga de doença” da população idosa e o “impacto do inverno”;
- A imperiosa necessidade do SNS continuar a responder, em todas as áreas e domínios, às restantes necessidades (não Covid-19) em saúde;
- Que os enfermeiros estão cansados e exaustos (férias e folgas não gozadas, elevado números de horas extraordinárias) e revoltados pela não valorização do seu trabalho, esforço e empenho, por parte do Governo.
Neste quadro, é urgente que o Ministério da Saúde efetive algumas medidas. Para o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) é exigível, no plano imediato:
1 – Voltar a consagrar legalmente a autonomia de contratação por parte dos Estabelecimentos Públicos de Saúde, com gestão de natureza empresarial (EPE) e do sector público administrativo;
2 – Que as referidas Instituições intensifiquem rapidamente o recrutamento de mais enfermeiros;
3 – Que, de acordo com o planeamento das ARS, sejam reabertos vários Centros de Vacinação entretanto encerrados.