Anúncio do Governo em aceitar a proposta foi o culminar de uma cooperação exemplar entre a sociedade civil e o poder público, que merece louvor e já foi levado ao conhecimento da Presidente da Comissão Europeia.
Já é do conhecimento público que a Solução Guadiana para reforçar o abastecimento de água ao Algarve, apresentada pela União Empresarial do Algarve, fora aceite pelo Ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes.
A ideia tinha já quarenta anos e foi apresentada pela primeira vez pelo Deputado José Vitorino na Assembleia da República. O que à data parecia uma mera profecia, vai agora tornar-se numa realidade forte e oportuníssima face aos problemas da seca. Entre «tantas coisas que são de criticar», esta merece «um louvor pela forma como o processo decorreu», afirma a Comissão Executiva da Algfuturo (CEA).
A obra levará de 18 a 24 meses, acrescendo as tramitações processuais e avaliação de estudos. O processo conducente a este desfecho, numa iniciativa da Algfuturo e colaboração da Universidade do Algarve (UAlg), foi absolutamente exemplar. «Ainda há caminho a percorrer, mas a proposta apresenta-se sólida pela quantidade de água disponível no Pomarão e obra com impactos sempre muito inferiores a qualquer outra», explica a CEA. Contudo, desvenda: «Achamos estar absolutamente fora de questão entidades espanholas levantarem qualquer questão, pois durante cerca de três décadas retiraram milhões de litros cúbicos de água dessa zona comum sem qualquer autorização das autoridades portuguesas».
Este é um passo de enorme para o Algarve, pois estima-se que o aumento da água bombeada do Pomarão, seguindo por uma conduta até à bacia de Odeleite, seja correspondente ao total do consumo humano na região durante um ano. Por fim, a Direcção da Algfuturo, nesta data, torna público o justo louvor a todos o que têm participado, nomeadamente, «população, associações, autarcas, APA, Águas do Algarve, Direcção Geral de Agricultura e Universidade do Algarve».