É o padrão alimentar mais estudado pela comunidade científica internacional, estando associado, de acordo com vários estudos científicos, a uma maior proteção contra doenças crónicas como o cancro, diabetes tipo 2, obesidade ou doenças cardiovasculares.
Se dúvidas houvesse sobre os benefícios da dieta mediterrânica, a ciência parece tê-las deitado por terra. Mas ainda assim, num país onde já foi a norma à mesa, este regime alimentar está a perder terreno. É para que volte a ser a opção preferida que acaba de ser criado o projeto Semear Alimentar Local (SAL), uma iniciativa que visa contribuir para a promoção, valorização e salvaguarda da dieta mediterrânica em 14 concelhos do Alentejo Central, através da informação, sensibilização e educação para uma alimentação e consumo saudáveis e sustentáveis.
Resultado de uma candidatura ao 7.º Aviso da Área de Intervenção 4 da Ação 20.2 – “Rede Rural Nacional - AI2, AI3 e AI4” da Medida 20, “Assistência Técnica PDR”, e tendo como entidade promotora a Terras Dentro – Associação para o Desenvolvimento Integrado, o projeto, que termina no final de 2024, conta com parceiros como a Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central, Monte, Rota do Guadiana e Leadersor, com o grande objetivo de contribuir para a implementação do Plano Nacional da Alimentação Equilibrada e Sustentável.
Um trabalho que se vai desenvolver em várias frentes. O arranque foi dado com reuniões com todos os municípios do Alentejo Central, parceiros importantes para a execução do projeto, assim como a identificação de produtores de hortícolas e frutícolas (87 já identificados na região) e a caracterização das cantinas das escolas, creches, jardins-de-infância e lar de idosos, para apurar o interesse no abastecimento pela produção local.
Ao mesmo tempo, estão previstas ações de sensibilização e informação sobre a importância de uma alimentação saudável e sustentável assente na dieta mediterrânica, a desenvolver com IPSS de Borba, Alandroal, Redondo e Mora e escolas do 1º ciclo de Viana do Alentejo, Arraiolos, Reguengos de Monsaraz, Vendas Novas e Portel.
Agendadas estão já ações em escolas de Viana do Alentejo, que envolvem o processo de produção, iniciando com a germinação das plantas, da sua sementeira, tratamento e colheita na horta, concluindo com a confeção e consumo dos hortícolas e de Portel, com ações de sensibilização que irão ter vários formatos, contando também com a colaboração de um produtor do concelho.
A sensibilização passa ainda pela população em geral, com workshops que pretendem mobilizar e capacitar as pessoas. O primeiro teve lugar no passado dia 22 de setembro, subordinado ao tema do abastecimento de cantinas, mas seguir-se-ão outros, sobre temas como ementas e cozinhas saudáveis ou economia circular e combate ao desperdício.
Face a este momento, Francisca Valério, da Terras Dentro, refere que “os parceiros do Semear e Alimentar Local aproveitaram a oportunidade lançada no âmbito do PNAES para trabalhar em colaboração, num território comum, para promover a sensibilização para a adoção de uma alimentação saudável com base nos princípios da Dieta Mediterrânica. O projeto Semear e Alimentar Local permitirá dar continuidade a um trabalho já encetado por todos e que agora pode ser difundido e contribuir para uma cada vez maior disseminação da informação”.