O PCP saúda a luta dos trabalhadores da EMARP – Empresa Municipal de Águas e Resíduos de Portimão, EM, SA, empresa municipal responsável pela gestão e exploração dos sistemas públicos de captação e distribuição de água, recolha de resíduos e higiene urbana, cuja greve de quatro dias, ocorrida de 4 a 7 de Agosto, teve uma importante adesão e um forte impacto nos serviços, como a acumulação de resíduos por toda a cidade.
A greve convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL/CGTP-IN), contou também com concentrações que tiveram lugar à porta das instalações da empresa e da Câmara Municipal e a que se juntaram dezenas de trabalhadores. O PCP também marcou presença solidária nestes locais. No centro das reivindicações dos trabalhadores esteve a ausência de resposta da administração da empresa, cuja Câmara Municipal é detentora de 100% do capital, face às justas exigências de valorização dos salários, designadamente a revisão da tabela salarial, a atualização do Subsídio de Insalubridade, Penosidade e Risco, a recuperação do tempo de serviço, a reposição das 35 horas semanais de trabalho e a eliminação do banco de horas.
Num momento em que se intensifica a ofensiva contra os direitos dos trabalhadores e o aumento do custo de vida, baseada no aproveitamento que os grupos económicos estão a fazer da crise inflacionista, o Município de Portimão, ignora os problemas denunciados, demonstrando uma atitude passiva e despreocupada em relação às dificuldades enfrentadas pelos trabalhadores.
Quanto à EMARP, a empresa registou, em 2022, um volume de negócios de cerca de 30 milhões de euros e obteve um resultado líquido de 2 milhões de euros, não se justificando o não atendimento das justas reivindicações dos trabalhadores.
Perante a degradação da situação económica e social no Algarve aquilo que se impõe é a valorização dos salários e dos direitos dos trabalhadores, por forma a aumentar o poder de compra e a dinamizar a economia regional e nacional.