Dando seguimento a um percurso de encerramento de Centros de Distribuição Postal (CDP) que se verificou ao longo de 2020 em Montemor-o-Velho, Condeixa-a-Nova, Nisa, Mação, Idanha-a-Nova, São João da Pesqueira (Viseu), prevê-se agora que a próxima Segunda-feira, dia 25 de Janeiro, seja a data estipulada para o encerramento dos Centros de Distribuição Postal de Vilar Formoso e Sabugal, no distrito da Guarda, e de Monchique, no Algarve.
Segundo o grupo partidário PCP, «a estratégia de encerramento dos CDP – locais onde a correspondência é concentrada para, posteriormente, ser distribuída pelos carteiros nos seus giros – com base em razões economicistas tem contado com a cumplicidade do Governo e dos partidos que, na Assembleia da República, insistem em defender a gestão privada, nomeadamente, PS, PSD, CDS-PP, Iniciativa Liberal e CHEGA».
Entretanto, diz o núcleo que «há consequências negativas para trabalhadores e utentes», os quais, desde o processo de privatização, «têm criticado a degradação do serviço e reivindicado o seu regresso à esfera pública». Posto isto, o aumento da distância a percorrer pelos trabalhadores é «uma das [consequências] mais visíveis» uma vez que atrasa ainda mais a distribuição postal. A par da degradação das condições para os utentes, que passam a receber mais tarde a sua correspondência, «degradam-se condições de trabalho e remuneratórias», havendo, na ótica deste partido, um aumento do tempo e da distância a percorrer nas deslocações de casa para o CDP, e deste para os locais onde se realizam os tais giros.
O fecho de centros de distribuição em regiões do Interior, como é o caso de Monchique, cujo serviço passa a estar concentrado em Portimão, obrigando a um aumento mensal de 3300 quilómetros em termos de distância percorrida, é «mais um contributo para o longo processo de desertificação, abandonando as regiões menos densamente povoadas», afirma o PCP. A situação agrava-se perante o quadro de pandemia, visto que «a concentração de trabalhadores em espaços menores contribui para aumentar o risco que já enfrentam para manter o serviço postal a funcionar».
Aos milhares de quilómetros a mais que os trabalhadores passam a ter de percorrer, além do «incremento da penosidade associada à profissão de carteiro», associa-se a questão ambiental, «sempre invocada pelo Governo, mas apenas quando é para liquidar o aparelho produtivo nacional», critica o Partido Comunista, não deixando, simultaneamente, de assinalar com preocupação «a ameaça que se acentuará sobre a própria existência de um Posto de Correios em Monchique, à semelhança do que já aconteceu com dezenas de concelhos do país que ficaram sem posto».
Perante esta realidade, o PCP questionou o Governo e exigiu uma intervenção «firme» da sua parte, a fim de reverter esta decisão, porventura «negativa quer para o Algarve, quer para o país».