O PAN Lagos reuniu-se com a Águas do Algarve para debater o saneamento no concelho, uma matéria de extrema relevância e importância para o partido, que privilegia uma gestão eficiente dos recursos hídricos.
Sobre a reutilização das águas da ETAR de Lagos, que serve a cidade e parte do concelho, e de acordo com a Águas do Algarve, estas águas poderão vir a ter qualidade compatível com a sua reutilização após a finalização das obras na ETAR agora a iniciar e cuja conclusão está prevista para o próximo ano. Atualmente, a Águas do Algarve tem já prevista a reutilização de águas residuais tratadas para Vila Real de Santo António, Albufeira Poente, Quinta do Lago, Vilamoura e Boa Vista. Para o PAN Lagos, é urgente a reutilização de águas cinzentas e tratadas, e uma das causas do partido é precisamente a gestão sustentável da água no concelho.
“Uma candidatura PAN terá sempre como prioridades a definição de políticas da água que sejam justas, integradas e que salvaguardam o futuro da região, já que nada prospera sem ela. Água é vida!”, defendem Maria João Sacadura, Alejandro Prat, Tycho Hussen, Madalena Pires e Pedro Glória, candidatos do PAN aos primeiros lugares nas listas de Lagos às Eleições Autárquicas 2021. O PAN Lagos afirma estar disponível para ser o elemento catalisador de vontades no processo de definição de potenciais interessados no uso de águas reutilizadas no concelho, como explorações agrícolas, campos de golfe e serviços municipais, para utilização nos seus espaços verdes, salientando que foram já vários os potenciais interessados.
A empresa está a proceder ao estudo de viabilidade económica e financeira das infraestruturas necessárias à reutilização das águas residuais tratadas e das opções de financiamento das mesmas, bem como às possibilidades de acesso dos interessados a fundos para pagamento da exploração das instalações. A tarifa prevista para esta água será inferior ao preço atual da água.
Segundo a Águas do Algarve, a água usada na região corresponde a cerca de 224 milhões de hectómetros cúbicos, dos quais 71 são para consumo humano, 35 para a agricultura, 11 para campos de golfe e 7 para outras utilizações. Estes consumos têm-se mantido mais ou menos constantes nos últimos anos, e as perdas reais são desconhecidas. Quanto à origem das águas utilizadas no Algarve, estas são provenientes de recursos superficiais na sua quase totalidade (Barragens de Odeleite e Beliche no Sotavento, Odelouca e Bravura no Barlavento). Embora existam recursos subterrâneos (Aquíferos Querença-Silves e Almádena-Odiáxere), estes são mantidos essencialmente como reservas necessárias para fazer face a situações de seca, fazendo-se transferência de água de aquíferos para barragens e de umas barragens para outras, quando registam níveis muito baixos.
De resto, a monitorização da qualidade da água dos aquíferos e dos respectivos níveis é feita pela Águas do Algarve apenas junto das captações, sendo os restantes aquíferos aferidos pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que interpreta os dados globais de cada um, tanto no que se refere à qualidade das águas como aos seus níveis. Assim, é a APA quem alerta a AdA quando é necessário alterar o regime de captação nalgum local, devido a níveis demasiado baixos da água num aquífero.