O PSD Algarve foi surpreendido com a deliberação da AMAL, liderada pelo socialista António Miguel Pina, de nomeação para administrador da ALGAR ( empresa de recolha seletiva e tratamento de resíduos) do Presidente da Câmara Municipal de Alcoutim, Osvaldo Gonçalves. Desse modo, este responsável deixará a autarquia.
Para além da óbvia questão do compromisso que fica por cumprir com a população de Alcoutim, sobretudo numa altura em que dossiers críticos com a Ponte de San Lucar ou a falta de médicos no concelho estão por resolver, avulta a total ausência de competências de gestão nesta área que a pessoa em causa manifesta.
Nada no seu currículo dá as mínimas garantias de que pode ser útil para a empresa, pelo contrário. Alcoutim representa para a ALGAR 0,003 % da sua atividade.
Em 2018 foi criado novo cargo para vogal executivo do Conselho de Administração da Algar - empresa privada da qual os 16 municípios do algarve têm uma parte minoritária do capital social -, em representação da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL). A razão de ser era publicamente explicada, a 5 de junho de 2018, o Sul Informação noticiava que , «porque o serviço prestado pela Algar não estava a ser bom, motivando frequentes queixas dos municípios, em especial devido à falta de capacidade de resposta da empresa no período do Verão, decidiu-se abrir mais um lugar de administrador, a ser ocupado por alguém representante dos municípios, mas também como cargo executivo».
O primeiro vogal nomeado pelos municípios, foi Nuno Amorim, à época Vice-Presidente da Câmara Municipal de Lagoa, com uma vasta experiência em gestão empresarial, resíduos, e formado em direito. Criado o cargo, dito tão necessário, nada mudou, o serviço piorou e o preço disparou.
É sabido que o serviço que a Algar presta na tratamento e recolha de resíduos ao algarve e aos algarvios é insuficiente e isso tem várias justificações. Colocar pessoas sem competência e conhecimento da área a gerir os destinos da empresa não contribui para a sua melhoria, mas sim para o seu fracasso. Esta é a marca do PS. E a razão fundamental que está por detrás desta nomeação é garantir um “ exílio dourado” a quem estava no final do terceiro mandato e não se poderia recandidatar a Presidente da Câmara, e abrir as portas da presidência ao número dois da autarquia que sendo presidente teria melhores condições para a sua candidatura em 2025. Ao mesmo tempo, desejam promover alguém para ser candidato a Castro Marim. É a “arte” da política com p minúsculo.
Fazem-no à custa de um serviço importante para os cidadãos. Lamentamos.