Com o debate em torno da proposta do Orçamento do Estado para 2023 a chegar ao fim vai sendo conhecido o resultado das votações das propostas que o PCP apresentou. A conclusão é óbvia: PSD, Chega e IL juntam-se ao PS para travar as propostas que o Algarve precisa.
São disso exemplo a rejeição da proposta do PCP de um Plano Plurianual de Investimentos no SNS, onde se incluía a construção do novo Hospital Central do Algarve sem recurso a uma nova parceria público privada e que teve os votos contra do PS e do Chega e a abstenção da IL; a requalificação da EN 124 entre Silves e Porto de Lagos rejeitada pelo PS com a abstenção do PSD e da IL; a requalificação da EN 125 entre Olhão e Vila Real de Santo António que teve o voto contra do PS e a abstenção do PSD; a reconstituição de um Operador Público Rodoviário Nacional, capaz de garantir no futuro uma outra qualidade e quantidade na oferta de transporte público que os grupos privados não garantem e que foi chumbada por PS, PSD, Chega e IL; ou a eliminação de portagens na Via do Infante, associada ao resgate da concessão desta infraestrutura e que contou com os votos contra do PS, PSD e IL e a abstenção do Chega.
Do resultado final da votação destas propostas confirmam-se três ideias:
- A proposta de Orçamento do Estado que vai ser aprovada pela maioria absoluta do PS não só não responde aos problemas do País como se constituirá num factor do seu agravamento. A recusa destas e de outras propostas do PCP apenas confirma uma opção: o governo vai continuar a adiar os investimentos que o Algarve precisa, ao mesmo tempo que mantém e aprofunda a transferência de recursos públicos para os grupos económicos, seja por novos benefícios e borlas fiscais, por novas parcerias público privadas, pela contratação de serviços aos grupos privados de saúde que deveriam ser assegurados no SNS, pela recusa do aumento dos salários e das pensões ou da regulação dos preços.
- Não é apenas o Governo PS que se coloca do lado dos grupos económicos e contra os interesses dos trabalhadores e das populações do Algarve. Ao seu lado votaram de forma diferenciada PSD, Chega e IL para impedir propostas que respondiam às necessidades da região. Um posicionamento ditado sempre que os interesses dos grupos económicos são postos em causa e disfarçado por uma enorme demagogia, como aquela que exibe o PSD quando publicamente vem contestar as portagens na Via do Infante que criou e se recusa abolir.
- A luta pela concretização destes investimentos no Algarve e pela abolição das portagens não terminará com a votação deste Orçamento. O PCP não só assume esse compromisso como intervirá no sentido de mobilizar os trabalhadores e as populações algarvias pela sua concretização.