Na campanha de recolha deste fim de semana, os Bancos Alimentares Contra a Fome angariam 1.605 toneladas de alimentos.

28/05/2019
Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram no passado fim de semana um total de 1.605 toneladas de géneros alimentares na campanha realizada em mais de 2.000 superfícies comerciais de todo o País, a que acrescerão ainda as doações online e através de vales disponíveis nas lojas, ainda não contabilizadas nessa quantidade.
| Os resultados desta recolha, subordinada ao mote “É preciso mais para que falte ainda menos”, representam um valor próximo do obtido na campanha homóloga do ano passado, num fim-de-semana marcado pela coincidência com diversas actividades, como a final da taça de futebol e as eleições europeias e no qual o bom tempo convidava a uma ida à praia, confirmando assim quer a solidariedade dos portugueses, quer a confiança renovada nos Bancos Alimentares contra a Fome. |
| A campanha caracterizou-se pela introdução de sacos de reutilizáveis, o que permitiu uma significativa redução dos sacos utilizados, seja de plástico, seja de papel, e assim dos impactes ambientais. |
| "Sabemos que, apesar da melhoria das condições económicas, muitos dos nossos concidadãos continuam a enfrentar grandes dificuldades e significativas restrições alimentares e é por isso gratificante constatar que os portugueses têm uma perceção dessa realidade, procurando sempre, na medida das suas possibilidades, contribuir para a minorar", afirmou Isabel Jonet, Presidente da Federação dos Bancos Alimentares Contra a Fome, que sublinhou ainda: a decisão da administração da Sonae que, no âmbito da Missão Continente, anunciou o reforço das doações dos seus clientes com o equivalente a 5% de todos os produtos doados nas suas lojas, o que permitirá incluir nos cabazes distribuídos uma maior número de bens básicos, em total alinhamento com os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio". |
| Até 2 de Junho: campanha “Ajuda Vale” e site de doações online |
| Todas as pessoas que não tiveram oportunidade de doar alimentos no fim de semana, podem ainda, ao longo da próxima semana, até 2 de Junho, contribuir online, no site www.alimentestaideia.pt , a plataforma de recolha de alimentos na internet. |
| Prossegue também até à mesma data a Campanha “Ajuda Vale”, nas lojas Pingo Doce/Feira Nova, Dia/Minipreço, El Corte Ingles, Jumbo/Pão de Açúcar, Lidl e Modelo/Continente, com cupões-vale de produtos selecionados (azeite, óleo, leite, salsichas, atum e esparguete). O Banco Alimentar de S. Miguel só realizará campanha de recolha no próximo fim de semana (1 e 2 de Junho) devido à tradicional festa do Senhor Santo Cristo. |
| Voluntariado em ação |
| Muitos voluntários disponibilizaram parte do seu tempo durante o fim de semana para participar na campanha de recolha. Tarefas como a recolha nos estabelecimentos comerciais, o transporte, pesagem e separação dos produtos, foram integralmente asseguradas por voluntários, confirmando, assim, a adesão entusiástica ao projeto dos Bancos Alimentares Contra a Fome. Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos a partir da próxima semana a mais de 2.400 Instituições de Solidariedade Social, que os entregam a cerca de 400 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confecionadas. |
| Alguns dados relativos à atividade |
| Existem atualmente 21 Bancos Alimentares Contra a Fome (Algarve, Aveiro, Beja, Braga, Castelo Branco, Coimbra, Cova da Beira, Évora, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal, S. Miguel, Viana do Castelo, Viseu, Terceira, Madeira, cuja atividade se prolonga ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares recebem, diariamente, excedentes alimentares doados pela indústria agro-alimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores. São assim recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades atuais. |
| Em 2018 os vinte e um Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total de 24.262 toneladas (com um valor global estimado superior a 34,9 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 97 toneladas por dia útil. |
| Recolha nacional, ajuda local |
| Os Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si selecionadas e acompanhadas em permanência por voluntários dos Bancos. Estas realizam visitas domiciliárias e asseguram um acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada, de forma a ser possível efetuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social |
| A atividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da “recolha local, ajuda local”, aproximando os dadores dos beneficiários e permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe. Possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agro-alimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins de semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome. |
| Em 1991, foi aberto em Portugal o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome e estão atualmente em atividade no território nacional 21 Bancos Alimentares, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objetivo comum de ajudar as pessoas carenciadas, pela doação e partilha. |


