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Município de Loulé homenageou 15 cidadãos e instituições com atribuição de medalhas de mérito

Município de Loulé homenageou 15 cidadãos e instituições com atribuição de medalhas de mérito

Entre aplausos, lágrimas e palavras de agradecimento, 15 personalidades e coletividades do concelho de Loulé foram no sábado agraciadas com as Medalhas de Mérito Municipal, numa cerimónia pública que encerrou o programa comemorativo da Semana do Município.

A Medalha Grau Ouro foi entregue a Sebastião Seruca Emídio, Manuel Neto Gomes, Louletano Desportos Clube, João Santos, Alberto Melo e Albertina Madeira. Já o Grau Prata distinguiu Rui Lourenço, Marina Valentina Tavares, José Branco, Joaquim Viegas, João Martins, Filipe Viegas, Augusto César, APAGL – Associação de Pais e Amigos da Ginástica de Loulé e Armando Coelho.

Médicos, jornalistas, professores, académicos, políticos, escritores, ambientalistas, dirigentes desportivos, funcionários municipais, fundadores de IPSSs, músicos e associações desportivas, a diversidade – que tão bem caracteriza este território - marcou esta lista de notáveis que, “nas suas áreas, foram excecionais e conseguiram destacar-se”, contribuindo também para prestigiar o concelho ao longo dos anos.

Como explicou o presidente da Autarquia, Vítor Aleixo, a escolha dos agraciados pauta-se por “critérios de rigor, coerência e isenção”. Através do Conselho Consultivo e da Comissão de Condecorações, este processo é “longo e realizado de forma democrática”, e nele participam as autoridades locais, as associações, as escolas, partidos políticos, órgãos autárquicos e os cidadãos.

Mas a riqueza humana e o valor que existe neste concelho tornou, uma vez mais, esta escolha difícil: “Há muitas pessoas excecionais à nossa volta”, realçou Vítor Aleixo.

Mais do que uma medalha e um diploma, esta distinção deve ser “motivo de muito orgulho, pois, é algo excecional, que não está ao alcance de todos, mas somente daqueles que, pela sua dedicação, trabalho, ou mesmo génio e arte, tenham merecido este reconhecimento único”, notou ainda.

Neste momento, Vítor Aleixo relevou o espírito de coesão e elevada autoestima dos louletanos, relembrando também “os valores que este concelho tem dado ao país, de Presidentes da República a escritores, de músicos a atletas. “O lugar dos louletanos não pode ser outro que não seja estar onde estão os primeiros. Foi esse sentimento que nos animou sempre”, disse.

Por outro lado, “numa terra aberta ao mundo e aos outros” falou também dos louletanos “adotivos”, pessoas que por circunstâncias da vida, vieram para Loulé e que “são louletanos de corpo e alma”. Também eles, com o seu trabalho, têm contribuído para “fazer de Loulé o concelho que é hoje”.

No ano de 2017 recebeu a Medalha de Mérito Municipal Grau Ouro, e hoje, na qualidade de presidente da Assembleia Municipal de Loulé, Carlos Silva Gomes, deixou igualmente algumas palavras aos homenageados, sublinhando o seu papel para elevar a qualidade da democracia neste concelho.

“Celebramos hoje méritos, feitos ou contributos, bem como exemplares desempenhos de funções cujos autores revelaram elevados padrões de exigência nas respetivas áreas e percursos profissionais e/ou pessoais”, afirmou.

Além do “reforço de laços civilizacionais”, este responsável disse que este reconhecimento é também uma forma de “celebrar a lua contra a ignorância, intolerância, individualismo e indiferença”.

Refira-se que a Cerimónia dos Agraciados do Município de Loulé realiza-se desde 1993 e, ao longo destes 30 anos, já foram distinguidos mais de 200 louletanos com as Medalhas de Honra e Medalhas de Mérito – Grau Ouro, Prata e Bronze. O seu objetivo é homenagear publicamente pessoas singulares ou coletivas, nacionais ou estrangeiras que, através da sua atividade profissional, social, cultural, desportiva ou ambiental, se notabilizaram, tendo prestado serviços essenciais ao município que contribuíram para o prestígio do concelho de Loulé.

Os Agraciados de 2023

Médico de Clínica Geral, diretor do Centro de Saúde de Loulé de 1986 a 1988, Sebastião Seruca Emídio exerceu as funções de presidente da Câmara Municipal de Loulé, de 2001 a 2013. O seu projeto autárquico pautou-se pela criação de infraestruturas em diversas áreas, da rede viária ao saneamento, da reabilitação urbana, à educação, do desporto aos equipamentos sociais, mas a reabilitação do Hospital de Loulé foi uma das suas principais bandeiras. A 10 de junho de 2014, foi condecorado pelo Presidente da República, com a Medalha do Grau de Comendador da Ordem de Mérito.

Figura inconfundível da comunicação, Manuel Neto Gomes é jornalista há mais de 50 anos. Colaborou em dezenas de órgãos de comunicação social regional e nacional, gabinetes de imprensa e coordenou vários projetos editoriais. Marcou uma época como speaker da Volta a Portugal em Bicicleta. Exerceu várias atividades ligadas ao setor do turismo, desporto e da prevenção rodoviária. Tem vasta obra literária publicada.

No ano em que celebra o seu centenário, o Louletano Desportos Clube recebe mais uma Medalha de Mérito Municipal. Depois de em 93 ter sido agraciado com Prata, este ano foi-lhe atribuído o Grau Ouro. Clube eclético, detém hoje estruturas de grande vitalidade, do Ciclismo à Ginástica, do Triatlo à Natação ou às camadas de formação de Futebol, entre muitas outras modalidades. O clube movimenta cerca de 1500 atletas, alguns dos quais que representam a Seleção Nacional, é detentor de diversos títulos e recordes nacionais e já teve honrosas classificações também a nível mundial.

A título póstumo foi agraciado João Santos, professor de Biologia e de Ecologia, foi um “despertador” da consciência ecológica de várias gerações de jovens. Ativista ambiental, foi um dos fundadores e o principal rosto da Associação Almargem. Grande defensor do património natural algarvio, foi um visionário, sem medo de enfrentar a opinião pública pela proteção do ambiente.

Alberto Melo é licenciado em Direito, na Universidade de Lisboa, e pós-graduado em Educação de Adultos, na Universidade de Manchester. Professor universitário, consultor na OCDE, conselheiro na delegação permanente de Portugal, junto da UNESCO, entre outras funções. Foi encarregue de diversas missões, nacionais e internacionais, em áreas como o desenvolvimento local integrado, cidadania ativa, democracia participativa, educação e formação de adultos.

Aos 100 anos de idade, Albertina Madeira continua a dirigir o jornal de Alte, “Ecos da Serra”, do qual foi fundadora, em 1967, sendo atualmente a diretora com mais idade à frente de um jornal em Portugal. Natural desta aldeia do interior, desde muito nova está ligada à vida cultural, social e religiosa da sua terra. É uma enciclopédia viva de hábitos, costumes e tradições.

Especialista em Medicina Geral e Familiar, assistente graduado sénior do SNS, Rui Lourenço foi diretor do Centro de Saúde de Loulé (de 1996 a 2003) e presidente da ARS Algarve (de 2005 a 2011). Médico de família em Quarteira desde 2011, integra a Unidade de Saúde Familiar “Estrela-do-Mar”, da qual é coordenador. É docente convidado da Universidade do Algarve desde 2002, primeiro na Escola Superior de Saúde onde lecionou até 2019, e em seguida na Faculdade de Medicina e Ciências Biomédicas, onde é professor convidado desde 2011, e membro do conselho consultivo desde 2018.

Especialista em Saúde Pública, Maria Valentina Tavares colaborou com entusiasmo na implementação do SNS no Algarve. Foi delegada regional de saúde do Algarve, tendo implementado vários programas concelhios e regionais em prol da saúde comunitária, por exem-lho na área da prevenção da toxicodependência. Foi uma das fundadoras, e presidente durante mais de 20 anos, do Centro de Apoio à Criança de Quarteira. É presidente da Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão.

José Branco rumou a Loulé, em 1983, onde começou por fazer parte da Sociedade Filarmónica Artistas de Minerva, a “Música Nova”. Em 1988, torna-se Maestro da banda, cargo que viria a desempenhar até 2022. Em conjunto com João Sabóia e os professores Francisco Rosado e Konstantin Gotzen, criou a Escola de Música do Município de Loulé, escola que, apesar das alterações sofridas ao longo do tempo, acabaria por ser integrada na Artistas de Minerva, em 2018. Aí trabalhou 24 anos. Foi até hoje o maestro mais jovem a iniciar atividade numa banda filarmónica do Algarve e o que mais ano se manteve na mesma banda filarmónica na região – 34 anos.

Joaquim Viegas dedicou tem uma vida ao fenómeno desportivo, em particular na terra nata, Loulé. Desde a infância que o desporto faz parte do seu dia-a-dia, não só enquanto atleta, técnico mas também participando na componente associativa, tendo integrado, entre outros, os dois principais clubes da cidade, o Campinense e o Louletano. Teve um papel preponderante no aparecimento do pólo aquático em Loulé e é por muitos apelidado como “pai do Polo Aquático louletano”. Esteve igualmente ligado à columbofilia e ao BTT.

João Martins desempenhou importantes funções autárquicas na freguesia de Almancil, onde exerceu os cargos de presidente da Junta de Freguesia e presidente da Assembleia de Freguesia. Foi vereador da Câmara de Loulé, de 2013 a 2017. Estimulou movimentos de cidadãos e outros associativismos, com especial relevo o contributo e empenho na Associação 25 de Abril, ASCA e DOINA. Livre pensador, construtor de uma sociedade mais justa, igual e fraterna, entregou-se de corpo e alma às causas sociais e humanitárias, ao desenvolvimento da Democracia e da Liberdade. Esta Medalha foi atribuída a título póstumo.

Filipe Viegas dedicou-se por inteiro ao progresso da sua terra, Quarteira, no plano político, mas também mantendo um papel ativo na dinâmica recreativa e cultural local. Foi presidente da Junta de Freguesia de Quarteira, entre 1998 e 2001, altura em que foi criada nesta freguesia uma das principais infraestruturas para esta comunidade piscatória, o Porto de pescas de Quarteira. Escreveu peças para teatro, algumas delas apresentadas em espetáculos para apoiar causas solidárias, tendo também obra publicada.

Augusto César teve uma vida sempre ligada à zona serrana do concelho de Loulé, dedicando-se inteiramente à comunidade, tomando iniciativas e desempenhando inúmeros cargos em diferentes instituições, sempre em regime de voluntariado benévolo e sem daí retirar quaisquer regalias ou benefícios. Foi o fundador e sócio nº1 da Instituição de Solidariedade Social da Serra do Cadeirão, sediada no Barranco do Velho. Foi o promotor, fundador e diretor durante 18 anos da Associação da Cortelha, tendo contribuído para a concretização de importantes melhoramentos nesta aldeia.

Fundada em 1992, APAGL – Associação de Pais e Amigos da Ginástica de Loulé tem como objetivo a promoção da atividade física e do desporto. Pretende cimentar a prática desportiva de formação e da alta competição nas modalidades gímnicas de Ginástica Acrobática e Ginástica de Trampolins. Na sua história, os seus ginastas têm sido medalhados a nível nacional e internacional, como corolário do seu empenho, mérito e qualidade da equipa técnica que os acompanha. Procura ainda promover a prática de atividades gímnicas no âmbito do lazer, manutenção e do bem-estar físico-motor. Organiza eventos desportivos a nível regional, nacional e até internacional, como é de salientar a realização da Loulé Cup.

Funcionário da Câmara Municipal de Loulé há 38 anos, Armando Coelho mantém ao longo de todos estes anos uma relação laboral – mas sobretudo afetiva – com a instituição e com todos os que aqui trabalham. Sempre ligado ao Gabinete de Apoio ao Presidente, mas também com uma colaboração durante mais de duas décadas no Cineteatro Louletano e no apoio à Assembleia Municipal, tem sido um louletano que se tem dedicado de corpo e alma ao Município e a servir a sua terra.

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