“Há momentos na vida em que a honra dos desafios supera a dimensão da sua exigência. Momentos em que a reflexão e a calma se materializam pela importância de cada decisão – e, contudo, em nada reprimem a consciência da necessidade, do sentido de urgência e da responsabilidade cívica.
Por tudo isso, pela cidade que amo, pela minha região e, sobretudo, pela minha família que tem tanto de si em tudo o que sou: caros amigos, aceitei a indigitação para candidato a deputado à Assembleia da República, pelo círculo do Algarve, do Partido da Terra – MPT.
Sou, há 51 anos, filho desta terra. 51 anos a encurtar as distâncias entre a areia e o mar, encontrando aí um compromisso que tornou não apenas um desígnio de carácter, mas uma vocação por inerência: Faro e o Algarve. Há muito que o compromisso pelo meu concelho me indicou um caminho até então circunscrito à forma de estar. Um caminho que, no fundo, era o desfecho natural de uma vida feita de intervencionismo e dedicação à causa pública - muito particularmente na defesa dos interesses da Ria, das ilhas e dos seus ilhéus - e que encontrou, nos últimos 5 anos, teto na mais alta morada da democracia concelhia: a Assembleia Municipal. Antes disso, já a luta se fazia como membro da assembleia de freguesia, durante os 12 anos de 3 mandatos consecutivos.
É preciso entender que a política é necessária. Contudo, é fundamental e proporcionalmente preciso entender que a política deve ser manifestamente mais humana, próxima e com conhecimento de causa. A desmistificação da sua importância, bem como a credibilização dos seus actores, faz-se pela mão da transparência, não apenas das suas motivações, mas da utilidade das suas causas e lutas: a honestidade intelectual na leitura e análise das carências da região, exige realismo e objectividade e não qualquer outro tipo de argumentário que, entre tantas outras coisas, apenas resultam em ruído e desentendimento. Talvez por isso tenha - num passado recente - deixado de me sentir representado no tom, na assertividade, na dinâmica e, consequentemente, na luta pela defesa dos interesses do Algarve, naquela que é a mais alta estância da democracia portuguesa – e, também por isso, sou agora candidato. Assim, comprometo-me de forma clara e objectiva, a ser e a dar a minha voz pelo Algarve, defendendo de forma honesta, obstinada e intransigente os interesses da minha região, num contexto que se avizinha particularmente difícil para as economias familiares e empresariais. Tudo farei pelo combate à falta de mão de obra qualificada no Algarve - particularmente na hotelaria e restauração – e pela falta de água que, de forma chocante, continua a afetar os Hangares e tantas outras zonas do interior algarvio em pleno século XXI. A regionalização, a luta contra o fim do desperdício alimentar e a implementação de estratégias de limpeza constantes e concretas da nossa costa, estarão também presentes na minha ordem de trabalhos, por tudo aquilo que sou e por tudo aquilo que fiz – e é nesta proximidade e experiência, que tantas vezes são o dínamo de distanciamento entre problema e solução, sociedade civil e classe política, que agora consolido o meu desígnio.
Não obstante, somarei ainda o combate à desertificação do interior, alavancando o turismo nas áreas mais afetadas de forma sustentável e identitária, bem como a edificação de uma política de habitação mais acessível que permita a fixação de famílias.
Num intento sem fronteiras físicas ou temporais, que não reconhece cores políticas ou ideologias segregacionistas, mas apenas as necessidades de todos os algarvios sem excepção, emprestarei naturalmente a minha voz àquela que não é uma contenda de hoje, mas uma necessidade de sempre: a tão urgente e desejada construção do Hospital Central do Algarve. É tempo de fazer e, sobretudo, de ver feito.
Nos próximos dias terei oportunidade de vos explanar, estas e outras premissas, com as quais me apresento a livre sufrágio. Não me esconderei ou remeterei a beneficiar das inconstâncias e incoerências políticas que têm sido o rosto tanto do governo como dos actores de montra da sua oposição. Apresento-me como uma alternativa concreta, com propostas e soluções, alicerçadas nas premissas do MPT: um partido humanista, ecologista e que tem a família - em todas as suas formas e expressões - como um pilar da sociedade.
Agradeço desde logo a confiança de todos os que já expressaram o apoio a esta candidatura e tudo farei para que não o tenham feito em vão.”