Em nota enviada à nossa redação, o Secretariado da Direcção da Organização Regional do Algarve do PCP faz saber que, no passado dia 11 de Outubro, João Dias, deputado do PCP na Assembleia da República participou em diversas iniciativas na região do Algarve, com destaque para uma reunião com a Direcção Regional do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários e Urbanos de Portugal – STRUP que teve lugar em Faro e para um encontro com mariscadores e viveiristas da Ria Formosa que teve lugar no Porto de Olhão».
Na reunião tida com o STRUP, a delegação do PCP foi informada da elevada adesão às jornadas de luta que este sindicato promoveu na região (a 20 de Setembro e 1 de Outubro), designadamente dentro das empresas – Eva transportes, Frota Azul, Translagos – pertencentes ao Grupo Barraqueiro que, como é do conhecimento público têm o monopólio do transporte rodoviário de passageiros na região. Segundo o STRUP a adesão só não foi maior pelos «castigos» que as empresas terão aplicado a trabalhadores que aderiram, nomeadamente «trocas de serviços e a colocação em reserva de colegas que há muito tempo faziam sempre o mesmo horário». Nesta reunião o PCP demonstrou a sua inteira solidariedade com a luta destes trabalhadores que têm vindo a reivindicar o aumento do salário base do motorista para 750€; a actualização do salário dos demais trabalhadores na mesma percentagem; a actualização do subsídio de refeição nos mesmos termos percentuais do aumento do salário do motorista; a redução do intervalo de descanso para o máximo de 2 horas. Numa região marcada pelos baixos salários, pelo trabalho precário e desregulação dos horários de trabalho, a justa luta destes motoristas deve ser encorajada tendo em conta que só com o aumento geral dos salários será possível melhorar as condições de vida, distribuir a riqueza de forma mais justa e desenvolver a actividade económica e o País.
No encontro com mariscadores e viveiristas da Ria Formosa, que contou com a participação de cerca de 40 profissionais fundamentalmente do concelho de Olhão, a delegação do PCP ouviu as muitas preocupações destes homens do mar crescentemente ameaçados, seja pelas políticas que na prática abandonam o sector da pesca, seja pelo crescimento desordenado de outras actividades como as marítimo-turísticas, seja pela ausência de investimento no tratamento das águas da Ria Formosa (funcionamento de ETARs, dragagens, etc), seja ainda pela a incerteza quanto ao futuro das actuais licenças dos viveiros que se encontram há várias gerações na posse destes mariscadores. Reafirmando toda a solidariedade do PCP com a luta destes profissionais, o PCP alertou também para o perigo dos poderosos interesses que se querem apropriar desse imenso património que constitui a Ria Formosa. A defesa do direito a viver, a trabalhar e a produzir na Ria Formosa, inseparável da necessidade de diversificação da actividade económica que o Algarve precisa, foi reafirmada pelo PCP.»