No seguimento das visitas que o deputado do PCP no Parlamento Europeu realizou a locais afectados pelo grande incêndio que teve lugar nos dias 16 e 17 de Agosto de 2021, deflagrado em Castro Marim e que atingiu os concelhos de Tavira e Vila Real de Santo António, João Pimenta Lopes questionou a Comissão Europeia sobre se o Estado português tinha accionado a mobilização de fundos comunitários pelo Estado, com vista à disponibilização de apoios às populações afectadas.
Em resposta à pergunta do deputado do PCP, a Comissária Elisa Ferreira informou que “até à data, a Comissão ainda não recebeu, por parte de Portugal, nenhum pedido de assistência do Fundo de Solidariedade da União Europeia a título dos danos causados pelos incêndios florestais”.
A ausência de qualquer iniciativa neste sentido por parte do governo português contrasta com as promessas realizadas no verão passado de apoios às populações atingidas. Uma realidade que é também confirmada pelo facto de muitos dos que perderam bens nesse incêndio estarem até hoje à espera de qualquer apoio por parte do Governo.
O PCP chama a atenção que neste incêndio se verificou a destruição de milhares de hectares de matos e florestas, de habitações, infraestruturas e equipamentos. Uma situação que, dada a ausência de uma verdadeira política de prevenção dos incêndios florestais – inseparável de um maior investimento público, do apoio à promoção da actividade agrícola, de combate à desertificação dos territórios e promoção de um outro ordenamento florestal – se tem tornado numa rotina de verão nas serras algarvias.
Para o PCP é incompreensível que o Estado português não mobilize todos os recursos que estão disponíveis – incluindo fundos comunitários – para apoiar as populações.
O PCP reclama uma vez mais, não apenas uma outra política para a floresta e o mundo rural mas também medidas imediatas de apoio a quem, designadamente no incêndio de 16 e 17 de Agosto de 2021, foi vítima de mais este incêndio.