O concurso de colocação de médicos de família nas unidades locais de saúde mostra que o Governo esqueceu o interior do Algarve.
Os municípios do interior da região ficaram todos sem vagas para colocação de médicos de família.
“Perdeu-se a noção mínima de coesão territorial”, acusa o deputado Luís Graça.
Todos os concelhos da região do Algarve localizados a norte da Estrada Nacional 125 ficaram sem vagas para a colocação de médicos no concurso. Pior ainda, a Alcoutim, Monchique, Aljezur e Vila do Bispo junta-se ainda a exclusão também do concurso dos municípios do sotavento algarvio, com Tavira, Castro Marim e Vila Real de Santo António também sem qualquer vaga para a colocação de médicos de família.
“O Algarve não é só o litoral. Temos bem noção das dificuldades que existem para a fixação de médicos na região mas como diz o povo “temos que saber distribuir o mal pelas aldeias”. As 17 vagas atribuídas à região pelo Ministério da Saúde estão longe de resolver o problema dos algarvios sem médico de família mas agora acresce a este problema que já era grave a exclusão dos territórios do interior que abre a porta para uma região a duas velocidades na área da saúde que não podemos aceitar”, conclui o presidente da federação do PS Algarve.
Os deputados eleitos pelo Partido Socialista na Assembleia da República questionaram formalmente o Ministerio da Saúde sobre os critérios utilizados no concurso para a exclusão dos municípios dos territórios do interior do Algarve onde a falta de médicos de família é uma das maiores preocupações das populações.
Jamila Madeira, Jorge Botelho e Luis Graça querem conhecer as razões que levaram o Governo a excluir o interior do Algarve e se o Ministério da Saúde está disponível para corrigir uma decisão tão injusta.