No passado dia 18 de Julho, o Eurodeputado do Bloco de Esquerda (BE), José Gusmão, acompanhado do deputado Parlamentar eleito pelo círculo de Faro, João Vasconcelos, e outros membros pertencentes à Comissão Coordenadora Distrital, visitaram a Ria Formosa, tendo tomado conhecimento dos «atentados ambientais em pleno Parque Natural», nomeadamente «as abusivas violações» em duas áreas do Sotavento Algarvio (Cabanas de Tavira e Manta Rota), assim como a edificação de dezenas de apartamentos na Fuseta, concelho de Olhão, nas palavras do BE.
Constatou-se a dimensão das alegadas irregularidades nos referidos terrenos, tendo sido recolhido dados para uma eventual denúncia no Parlamento Europeu sobre as infracções em áreas protegidas, como é o caso do Parque Natural da Ria Formosa.
Quer a situação de Manta Rota (Quinta da Manrarrota), quer a situação da Caiana, onde segundo o BE «são eliminadas culturas de sequeiro (alfarrobeiras, figueiras e amendoeiras) por culturas de regadio (abacate e pomar de citrinos) com uma maior pressão agrícola sobre os terrenos em pleno Parque Natural», deixaram José Gusmão «preocupado» dado o consequente aumento do consumo de água para estes projectos. A par destes casos, também a construção em plena Ria Formosa levantou alerta, tendo o mesmo deputado prometido «tudo fazer para que se regulamente a sustentabilidade agrícola e a massificação construtiva em área protegida».
José Gusmão recolheu ainda informação sobre a preocupação dos mariscadores e pescadores das comunidades quanto ao assoreamento da Ria e respectivos canais de navegação, em virtude de ser tremendamente dificil aceder aos portos com a maré vazia, dificultando o trabalho destas pessoas.
Outro aspecto também abordado foi a proliferação da alga Caulerpa prolifera que está em franca expansão na Ria, dificultando a sobrevivência de determinadas espécies, em particular o cavalo-marinho, algo «a relevar» na apresentação que será feita no Parlamento Europeu.
O Bloco de Esquerda e este eurodeputado procuram, assim, demonstrar a sua convicção «na defesa do ambiente e das populações do Algarve, através da necessária sustentabilidade ambiental e económica».