Pela primeira vez na história da democracia portuguesa, a residência oficial do primeiro-ministro em funções está a ser objeto de buscas judiciais por crimes de corrupção e tráfico de influências.
Quando as buscas acontecem em São Bento, residência oficial do primeiro-ministro, é todo o governo que é necessariamente visado e nessa medida, é o próprio primeiro-ministro que fica envolvido.
Quando o chefe de gabinete do primeiro-ministro é detido, não há como argumentar com desconhecimento ou distanciamento.
Quando o conselheiro em diversas áreas de natureza económica e melhor amigo do primeiro-ministro, escolhido para dirigir o processo de renacionalização da TAP e depois para a administração da companhia aérea pelo governo é detido, é o próprio primeiro-ministro que é envolvido.
Quando o ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, está a ser investigado, e as buscas acontecem no âmbito do processo criminal que envolve o ministro João Galamba e o ex ministro Matos Fernandes, é o governo que está envolvido.
Depois de 13 governantes deste governo terem sido afastados e demitidos, muitos deles em resultado de investigações criminais graves, as investigações agora em curso a governantes e a ex governantes deste governo, não podem deixar de ter mais sérias consequências políticas.
O CDS-PP foi o primeiro partido a pedir, em dezembro de 2022, a demissão do Governo e a convocação de eleições antecipadas.
O tempo veio dar razão ao CDS-PP. Face à gravidade da atual situação e à falência do governo socialista, o primeiro-ministro deve apresentar imediatamente a sua demissão.
Não o fazendo, o CDS-PP apela ao Senhor Presidente da República para dissolver o parlamento e marcar eleições antecipadas, de forma a permitir o início de um novo ciclo de esperança para os portugueses.