Trata-se de um apelo à ação para encorajar governos, comunidades locais, organizações não-governamentais, legisladores, empresas e indivíduos, a reconhecer que Todos temos um papel a desempenhar (#PartOfThePlan).
Temos assistido a muitos avanços da tecnologia que nos reforçam o reconhecimento da dependência de ecossistemas saudáveis (água, alimentos, medicamentos, roupas, combustível, abrigo e energia, …), o que implica respeitar, proteger e reparar a nossa riqueza biológica. Em 2022, foi aprovado um plano global que estabelece metas e medidas concretas para parar e reverter a perda da natureza até 2050: o Quadro Global de Biodiversidade Kunming-Montreal, também conhecido como Plano de Biodiversidade,
A Região do Algarve é, de Portugal continental, a região que possui a maior percentagem de território em áreas classificadas, com os seus 37% de áreas classificadas, incluindo a Rede Natura 2000.
Na Estratégia Algarve 2030, recorrendo a fundos europeus, a região irá robustecer este seu posicionamento de sustentabilidade em concertação com as autarquias e as entidades do território no reforço da biodiversidade, sistemas de gestão da paisagem, corredores ecológicos, valorização de habitats e espécies prioritárias, qualificação de áreas com potencial para a conservação da natureza, incluindo em pradarias marinhas e áreas marinhas protegidas.
Iniciámos o ano de 2024 com a classificação do Parque Marinho da Pedra do Valado, através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 1/2024 de 5 de janeiro, que criou o Parque Natural Marinho do Recife do Algarve — Pedra do Valado inserido na área marinha da costa de Albufeira, Lagoa e Silves e que constitui uma das zonas mais ricas em termos de biodiversidade a nível nacional , o maior recife costeiro do Algarve e um dos maiores de Portugal, com valores naturais ímpares no contexto da costa portuguesa. Foram identificadas na Pedra do Valado 889 das 1.294 espécies de fauna e flora existentes na costa algarvia, 24 com estatuto de proteção, destacando-se a descoberta de 45 novas ocorrências de espécies para Portugal e de 12 novas espécies para a ciência que não são conhecidas noutro local. Também os recifes rochosos, ou recifes naturais, são um dos habitats designados na Diretiva 92/43/CEE do Conselho, de 21 de maio de 1992, relativa à preservação dos habitats naturais e da fauna e da flora selvagens, na redação dada pela Diretiva 97/62/CE do Conselho, de 27 de outubro de 1997. Dos sete novos habitats identificados em toda a costa sul do Algarve para o sistema de classificação Europeu EUNIS (European Nature Information System), seis ocorrem nesta área marinha, com destaque para os jardins de gorgónias, as comunidades de algas castanhas e calcárias e os bancos de ofiurídeos. Existem ainda nesta área mais dois habitats sob estatuto de proteção pela Convenção para a Proteção do Meio Marinho do Atlântico Nordeste (Convenção OSPAR) designadamente as pradarias de ervas marinhas Cymodocea nodosa e os bancos de Maerl e algas calcárias. diretamente interessadas.
A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) do Algarve, I.P. apoiou esta iniciativa desde o início do processo, acompanhando a proposta conjunta do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve, dos Municípios de Silves, Albufeira e Lagoa, bem como da Fundação Oceano Azul. A classificação do Parque Natural Marinho do Recife do Algarve - Pedra do Valado dá igualmente cumprimento ao compromisso nacional e internacional que Portugal tem quanto à proteção legal de, pelo menos, 30% do espaço alinhada com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, previstos na Agenda 2030 das Nações Unidas, nomeadamente o Objetivo 14: Proteger a Vida Marinha.