O Bloco de Esquerda (BE) proclama que «o Algarve é a região do país em que devido à pandemia e também por força da monocultura do Turismo, está a atravessar uma das maiores crises da sua existência e que se vai agravar ainda mais».
Existem, neste momento, mais de 31.000 desempregados na região algarvia e centenas de micro e pequenas empresas ou já não irão abrir ou estão em risco de encerrar definitivamente, aumentando «a chaga social do desemprego e da pobreza». Neste sentido, o BE Algarve alerta para a necessidade de «medidas de fundo com urgência para salvar os empregos, as famílias, as empresas, o Algarve». Afirma ainda que «há que aproveitar o momento e tomar, igualmente, medidas estruturais, mais investimento público para reforçar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), melhorar os serviços públicos, melhorar a mobilidade, combater as assimetrias e a interioridade regional, apostar na diversificação económica».
No início do verão passado, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda apresentou, na Assembleia da República, um Plano de Emergência Social e Económico para o Algarve, o qual foi aprovado e para o qual existe já uma Resolução nesse sentido. Contudo, o partido bloquista defende que «o Governo fez “tábua rasa” da Resolução n.º 51/2020, de 19 de Junho, ou seja, o Governo desprezou o Algarve!».
No dia 7 de Julho de 2020, o Ministro da Economia e da Transição Digital, numa audição no Parlamento, referiu que o Governo estava a preparar um Plano para enfrentar as consequências da quebra do Turismo, devido à Covid-19, que «era necessário dirigir uma atenção muito especial à região do Algarve, extremamente dependente da atividade turística». Contudo, após sete meses o BE afirma que «da parte do Governo não há Plano nenhum», indicando que «o Governo faltou à palavra dada, continuando assim a desprezar o Algarve, os seus trabalhadores e as suas populações».
Foi precisamente o que disse ontem, dia 10 de Fevereiro, Quarta-feira, o deputado João Vasconcelos do BE, eleito pelo Algarve, ao Ministro da Economia, em nova audição na Assembleia da República. O Ministro foi ainda questionado se o Governo tem algum Plano para o Algarve e para quando, que verbas vão ser disponibilizadas e onde vão ser aplicadas para retirar a região da crise.
O Bloco declara que «sobre o Plano o Ministro nada disse, apenas referiu que era preocupação do Governo que houvesse um reforço de verbas para a região proveniente das instâncias europeias. E assim, de uma penada, arrumou com o Plano de recuperação para o Algarve».
O partido não aceita que «o Governo tenha esquecido o Algarve, que continue a desprezar os seus trabalhadores, as suas micro e pequenas empresas, as suas populações» e garante que «tudo irá fazer para que o Plano de Emergência Social e Económico que apresentou e foi aprovado no Parlamento, seja implementado com urgência». Assim, conclui o BE que o «plano já existe e o que o Governo deve fazer é cumpri-lo quanto antes, para aliviar o sofrimento do Algarve e das suas gentes».