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Bloco de esquerda apresenta candidatura centrada na habitação

Bloco de esquerda apresenta candidatura centrada na habitação

José Gusmão afirmou na apresentação da candidatura que “a precariedade e a sazonalidade que caracteriza o emprego no Algarve cria um regime com os salários mais baixos do país. Se juntarmos esses salários com os preços de habitação mais altos do país a seguir a Lisboa, o que temos é uma região em que poucos conseguem ficar.”

José Gusmão estabeleceu ainda como meta a recuperação de um deputado à esquerda para o próximo Parlamento, recordando que o Bloco foi, de longe, a força política à esquerda que esteve mais próxima de concretizar esse objetivo nas últimas eleições. José Gusmão falou ainda da possibilidade de um deputado do Bloco ser muito possivelmente eleito à custa da extrema-direita, apelando aos eleitores de esquerda que concentrem os seus votos no Bloco para atingir esse objetivo.

O Bloco de Esquerda apresentou esta sexta-feira, 04 de Abril, a sua lista candidata pelo círculo eleitoral de Faro às eleições legislativas de 18 de maio.

A lista é encabeçada por José Gusmão, economista e investigador. O cabeça-de-lista do Bloco quer um debate sobre o modelo económico do Algarve e a sua dependência em trabalho mal pago e setores de baixo valor acrescentado. José Gusmão afirmou que “o Algarve tem potencial para setores muito mais promissores, incluindo nas indústrias da transição energética. Isso pressupõe que a região consiga ficar uma parte muito mais substancial dos profissionais que forma. Exige ainda que o futuro Governo desbloqueie os inúmeros investimentos sucessivamente adiados.” José Gusmão concluiu afirmando que o Algarve sofre as consequências do peso da atividade turística, contribuindo decisivamente para as exportações do país, mas sem ter qualquer retorno do ponto de vista das prioridades de investimento.”

Sandra Moutinho, nº2 da lista, recordou que “o custo da habitação torna ainda mais difícil fixar profissionais indispensáveis para os serviços públicos como professores, médicos, enfermeiros, assistentes operacionais, etc. A crise da habitação torna-se uma crise dos serviços públicos, uma crise do Estado social.”

João Vasconcelos, nº3 da lista, falou da vitória da luta pelo fim das portagens. O professor e ativista da Comissão de Utentes falou também do “défice de investimento na região, que afeta também as infra-estruturas, desde a degradação da EN125 até aos investimentos eternamente adiados nas ferrovias, passando pelas redes de transportes coletivos, insuficiente ou inexistentes.”

Guadalupe Simões, nº4 da lista, enfermeira e sindicalista, denunciou a situação calamitosa da saúde no distrito. “Os problemas do SNS no distrito têm-se agravado com sucessivos Governos a não resolverem nem o problema da falta de profissionais e valorização das carreiras, nem o problema do investimento nos hospitais e nos centros de saúde. A solução da direita é privatizar tudo, fazendo da saúde um negócio.”

A crise da habitação será o centro da campanha do Bloco, quer na combinação explosiva entre baixos salários e rendas elevadas, quer na sazonalidade da oferta de trabalho e da oferta de habitação. José Gusmão recordou que, no Algarve “Quando há trabalho, faltam casas e quando há casas, falta trabalho.”

A habitação é um fator decisivo ainda para as graves carências nos setores da saúde e educação, que serão outro eixo central da candidatura. O Bloco criticou a política de sucessivos governos de desinvestimento nos serviços públicos, uma política que afeta o Algarve com particular gravidade.

A candidatura do Bloco de Esquerda vai ainda dar prioridade às questões ambientais, desde a proteção do património natural da região até à emergência da água, sublinhando a forma como a resolução de problemas ambientais pode ser um fator de desenvolvimento e o motor para a criação de emprego qualificado na região.

Destacam-se ainda questões essenciais para os jovens residentes no Algarve, em especial para os estudantes, que, além de serem duramente afetados pelas dificuldades no acesso à habitação e às residências estudantis, ainda se deparam com um potencial aumento no valor das propinas e inúmeros constrangimentos provocados pela falta de uma rede eficaz e acessível de transportes públicos.

Lista de candidatos

Efetivos:

1. José Gusmão, 48 anos, é economista e investigador. Estudou no Instituto Superior de Economia e Gestão, onde foi dirigente estudantil. Enquanto ativista, participou na ATTAC Portugal, no Fórum Social Português, no Fórum Manifesto, na Iniciativa para uma Auditoria Cidadã à Dívida e no Congresso Democrático das Alternativas. Foi deputado à Assembleia da República na XI Legislatura, tendo sido vice-presidente da Comissão de Orçamento e Finanças. Foi eleito deputado para o Parlamento Europeu nas eleições de 2019 pelas listas do Bloco de Esquerda, tendo trabalhado as questões económicas, de emprego e assuntos sociais, direitos e liberdades, e deficiência.

2. Sandra da Costa Moutinho, 47 anos, é professora e investigadora, e faz parte do movimento que exige medidas corajosas que só o Bloco propõe: controlo das rendas, habitação pública e limitação da compra por não-residentes. é também ativista nas áreas da educação e deficiência.
3. João Duarte Vasconcelos, 69 anos, Professor de História, ex-deputado do Bloco e dirigente sindical, foi fundador e porta-voz da Comissão de Utentes da Via do Infante, e levou esse combate ao Parlamento. Nunca desistiu até à vitória, que chegou recentemente.
4. Maria Guadalupe Simões (Independente), 59 anos, Enfermeira e Dirigente Sindical, tem sido uma das vozes da luta dos profissionais pela saúde de todos nós.

5. José António Sousa Moreira, 57 anos, Doutorado em Química-Física pela Universidade de Santiago de Compostela, Professor na Universidade do Algarve, ativista e dirigente sindical no setor da Ciência e Ensino Superior.

6. Stéphanie Marie Ringenbach Jordão (independente), 38 anos, Assistente Operacional e ativista pelos profissionais de educação e na defesa da escola pública. Integra a Comissão de Luta do Agrupamento de Escolas Poeta António Aleixo – Portimão, de Lagoa.

7. Sebastião José Simão Pires, 68 anos, Gerente Imobiliário, estudou na Universidade de Sorbonne e Alliance Française Paris. É diplomado em Electrónica e língua francesa e apaixonado por música e literatura, de Vila Real de Santo António
8. Carla Ramalho, 53 anos, é formada em Design de Moda pelo CITEX e em Administração Autárquica pelo CEFA de Coimbra, Faz parte de A Descoberta, associação dos trabalhadores do município e é delegada sindical do STAL, de Lagos.
9. Inês Silva Morgado (Independente) ,33 anos, Arquitecta Paisagista formada na Universidade de Évora, comprometida com causa sociais e ambientais, também se dedica ao artesanato com produtos ecológicos, de Vila do Bispo

Suplentes:

1. Jorge Manuel Ramos, 62 anos, Engenheiro de Telecomunicações, Coordenador do órgão distrital e da concelhia de Lagoa do Bloco de Esquerda e deputado Municipal. Ativista pelo ambiente e pelos direitos humanos., de Lagoa
2. Tatiana Moreira Palma Caldeirinha,40 anos, Técnica de RH, Santa Bárbara de Nexe. Licenciada em História da Arte pela Universidade de Coimbra, pós-graduada em Gestão de Recursos Humanos pela Universidade do Algarve, ativista feminista e social, de Faro
3. Maria Celeste Rodrigues dos Santos, 61 anos, Professora de Inglês e Explicadora, ativista pelo direito à habitação desde os anos 90 e membro da CUVI. Participou em várias iniciativas e manifestações contra as portagens na A22/Via do Infante e atualmente é formadora de língua portuguesa como segunda língua a pessoas de diferentes nacionalidades, de Vila Real de Santo António
4. David Berrueco, 32 anos, Psicólogo Clínico e da Saúde, trabalha como psicólogo comunitário prestando apoio a pessoas em situação de sem-abrigo, de Olhão
5. Teresa Fernandes, 33 anos, Professora e ativista com um forte compromisso com as políticas sociais, especialmente aquelas que asseguram a proteção das minorias e que fomentam a equidade em todas as esferas da sociedade, de Portimão

Mandatários da Juventude:

Diana Batista Brazão Lourenço, 21 anos, Estudante Universitária e finalista na licenciatura em Sociologia, foi coordenadora do Pelouro de Empreendedorismo e Inovação na Associação Académica da UAlg e responsável pela programação do Encontro Nacional de Estudantes de Sociologia. Desde 2024 é presidente da Direção do Núcleo de Estudantes de Sociologia da Faculdade de Economia da UAlg estando também envolvida na criação do Núcleo de Estudantes Feministas, de Faro

João Arnaldo Costeira, 27 anos, Estudante Universitário de Mestrado em Psicologia da Educação foi Dirigente Associativo em 2021 como secretário da Mesa da Assembleia Magna da Associação Académica da Universidade do Algarve, ativista pelos Direitos Humanos e Educação Inclusiva, de Faro.

Mandatário:

João Afonso, 56 anos, Professor e ativista pelos profissionais de Educação e na defesa da Escola Pública, de Albufeira.

Bloco de Esquerda

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