O eurodeputado José Gusmão e outros dirigentes do Bloco de Esquerda reuniram-se este fim-de-semana com a Comissão de Utentes do SNS em Portimão, para auscultar, de viva voz, sobre os graves problemas que se vivem no Hospital de Portimão, em particular no bloco de partos e serviços de pediatria.
Ao longo destes últimos dois anos o bloco de partos/maternidade de Portimão tem vindo a encerrar, de forma constante, por diversos períodos, por falta de pediatras. Segundo o Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), que integra os Hospitais de Faro, Portimão e Lagos, a carência de médicos pediatras conduziu a uma reorganização dos serviços articulada entre as unidades hospitalares de Faro e de Portimão durante o período de final do ano, “de forma a garantir os melhores cuidados de saúde à população”.
Afinal, a mentira tem perna curta. A dita reorganização dos serviços traduziu-se, recentemente, numa Informação por parte do Centro Hospitalar Universitário do Algarve de que, por falta de pediatras, deixou a partir de 1 de junho de ser dado apoio ao Bloco de Partos/Serviço de Urgência/Internamento Pediátrico e Berçário no Hospital de Portimão, levando a que bebés e crianças sejam transferidos para o Hospital de Faro.
Este é o resultado infeliz e inadmissível do trabalho tanto da Administração do CHUA, como da Comissão Executiva do SNS, atrás das quais se esconde o governo de maioria absoluta do PS. Não passa de uma falácia a “operação nascer em segurança no SNS 2023 no Algarve”. Estamos a assistir ao prosseguimento da destruição dos serviços públicos de saúde na região e, muito em particular, no Hospital de Portimão, com graves consequências na zona do Barlavento Algarvio.
Devido a esta situação, ainda mais florescem os grupos privados de saúde fazendo da doença chorudos negócios à custa da delapidação do SNS e dos rendimentos dos utentes. O encerramento da maternidade e dos serviços de pediatria no Hospital de Portimão vai deixar metade do Algarve com falta destes serviços e muitas mais dificuldades para parturientes, crianças e famílias, que terão em muitos casos de percorrer mais de 100 quilómetros para chegar ao Hospital de Faro, com serviços carenciados e congestionados.
Em vez de encerrar serviços, urge promover mais investimento público, contratar os médicos pediatras e obstetras necessários, além de outros recursos humanos, criar incentivos e valorizar as suas carreiras. Esta é uma responsabilidade que cabe ao poder central, no caso concreto ao governo de António Costa, conforme sublinhou José Gusmão no encontro com a Comissão de Utentes do SNS.
A fim de impedir o desmantelamento da maternidade e dos serviços de pediatria no Hospital de Portimão o Bloco de Esquerda apela aos utentes e outros cidadãos que participem na concentração frente ao Hospital de Portimão, promovida pela Comissão de Utentes do SNS, no dia 7 de junho, pelas 18.00 horas.