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Aumentou a responsabilidade do Bloco de Esquerda no Algarve

Aumentou a responsabilidade do Bloco de Esquerda no Algarve

Reuniu neste sábado, dia 26 de Outubro, em Faro, a Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda/Algarve, para balancear os resultados das eleições legislativas e planificar as próximas iniciativas políticas na região.

Como 1.º ponto há a destacar o elevado nível de abstenções registado na região – 54% - o que é de lamentar. As forças políticas não foram capazes de inverter esta tendência, o que demonstra que há muita gente descontente e desiludida e, até, desinteressada em participar num dos atos cívicos da maior relevância – o voto popular. No nosso entender, os poderes públicos e, em particular, o último governo, que representava uma certa esperança de governação à esquerda, falhou em muito no Algarve.

O PS não conseguiu a tão almejada maioria absoluta a nível nacional, o que é um aspeto positivo, para o qual contribuiu o Bloco. Não obstante ter ganho as eleições na região, com um pouco mais de 1 milhar de votos relativamente a 2015 e conquistado mais 1 deputado, neste caso à CDU. É preciso ter em conta que o PS venceu as eleições no Algarve, mas apenas com cerca de 17% dos eleitores inscritos (considerando 54% de abstenção e 4,6% de votos brancos e nulos).

A direita foi clamorosamente derrotada no Algarve, com destaque para o CDS que perdeu o seu deputado. A derrota do PSD só não foi maior porque acabou por “roubar” o deputado ao CDS. Os algarvios não esquecem os negros anos dos tempos da troika, e cujas nefastas consequências ainda perduram no Algarve – daí a penalização dos partidos da direita.

O Bloco de Esquerda considera que o Algarve ficou mais pobre à esquerda, com a não eleição do deputado da CDU. Todavia, a CDU continua a ser uma força de esquerda incontornável no Algarve, com a qual é desejável continuarmos a trabalhar em muitas lutas comuns.

Com uma percentagem regional de 12,3% - a mais alta do Bloco a nível nacional nestas eleições – o Bloco de Esquerda registou uma pequena variação negativa face a 2015, mas confirmou-se como 3.ª força política no Algarve (tal como no país), alcançando em diversos concelhos valores acima dos 13 e 14%. Embora não tenha conseguido conquistar uma segunda deputada, o Bloco alcançou o seu objetivo principal, que era manter a representação parlamentar. O governo da “geringonça” acabou por reforçar o PS, não contribuiu para o avanço eleitoral do Bloco e penalizou duramente a CDU. Mesmo assim, o Bloco resistiu relativamente bem aos reforços do PS e do PAN.

Desta forma, aumenta a responsabilidade do Bloco de Esquerda no Algarve. Ao manter o seu deputado na Assembleia da República, o Bloco surge como o grande referencial das reivindicações, aspirações e lutas do Algarve e das suas populações, apresentando-se como a principal força de esquerda na região. Acabada a “geringonça”, o Bloco será uma oposição forte também no Algarve, mantendo a sua matriz socialista e disponível para as convergências à esquerda, dentro e fora da Assembleia da República.

A nível regional, os bloquistas irão bater-se pelos compromissos que assumiram no seu programa eleitoral, para com o Algarve: mais investimento público, responder positivamente à emergência climática (com destaque para a sustentabilidade dos recursos hídricos, descarbonização  dos modos de transporte e produção de energias alternativas), pugnar por serviços públicos de qualidade (melhoria do SNS, dotar os hospitais públicos dos recursos necessários, construção do novo Hospital Central e médicos de família para todos os utentes), por mais e melhor mobilidade (abolir as portagens na Via do Infante, requalificar a EN125 na sua totalidade, com o resgate da concessão entre Olhão e Vila Real de Santo António, e modernização da ferrovia regional), por trabalho com direitos (combate à precariedade, 35 horas de trabalho semanal para todos, melhores condições de trabalho e salários dignos),  e desenvolvimento sustentável e qualidade de vida para todos (onde se destacam os apoios à pesca artesanal, o direito à habitação para toda a gente, a defesa intransigente das minorias, a aposta na diversificação económica regional e a luta pela criação da Região Administrativa do Algarve).

Como iniciativas de âmbito regional nos próximos tempos, terão lugar no dia 23 de novembro, pelas 10.00h, uma visita ao Mercado de Olhão e, pelas 15.00h, um plenário distrital de aderentes, em Faro, com a presença da Coordenadora Nacional do Bloco de Esquerda, a deputada Catarina Martins. No dia 7 de dezembro irá ocorrer um debate na Biblioteca Municipal de Tavira, pelas 15.00h, sobre a “Sustentabilidade Hídrica no Algarve”.

A Comissão Coordenadora Distrital do Bloco de Esquerda/Algarve

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