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Proteger os nossos emigrantes

Proteger os nossos emigrantes

Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional

A notícia não pode deixar-nos alheios: um casal de emigrantes trabalhou na Suíça numa vida dura. Nesse período compraram propriedade em Portugal, na sua terra natal. Regressaram quando surgiu a aposentação. Chegados a Portugal souberam que a sua propriedade havia sido passada para outros. Usando o mecanismo legal da Usucapião (aquele instrumento legal que permite que alguém comprove que cuida da propriedade durante alguns anos e a reclame para si, na ausência dos seus proprietários).

Uma vida de trabalho duro longe da família e são roubados. Lesados do BES e de outras manobras fraudulentas. Deve ser desesperante perder uma vida de poupanças, criadas com tanto (…demasiado) sacrifício.

Cerca de quatro mil milhões de euros é o valor anual das remessas dos nossos emigrantes.

Para o leitor ter uma ideia do que representa este montante enviado anualmente para Portugal é superior aos fundos comunitários que recebemos!

Em termos de proporção da população, Portugal é o país da Europa com mais emigração e o 8.º em todo o mundo. Cerca de 20 mil emigrantes regressam todos os anos para voltar a viver definitivamente na sua terra natal. Mas, os que emigram todos os anos são em número superior. Cerca de 70 mil por ano! Por isso, as remessas tem tendência para aumentar.

O dinheiro que os nossos emigrantes enviam por confiaram que as suas poupanças e investimentos estão seguros têm que ser bem protegido. Talvez alguma coisa se possa fazer neste capítulo para proteger melhor estes nossos estimados cidadãos.

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