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O papel do farmacêutico comunitário

O papel do farmacêutico comunitário

Helga Rodrigues, Farmacêutica de Intervenção Farmacêutica

Na sociedade atual, em particular nos grandes centros urbanos, a vida quotidiana é uma autêntica agitação e pouco tempo sobra para as visitas regulares aos serviços de saúde. Por outro lado, em muitas zonas do território nacional, em particular no interior, o tempo pode não ser o problema principal, mas sim a falta de acesso a esses mesmos serviços.

Em muitas destas localidades, as farmácias são a única estrutura de saúde existente capaz de prestar cuidados de proximidade, sendo o farmacêutico o único profissional de saúde disponível. Uma ligação que ajuda a evitar deslocações desnecessárias a outros serviços de saúde, possibilita a detecção precoce de diversas doenças, permite a dispensa e aconselhamento sobre o uso correto de medicamentos não sujeitos a receita médica e medicamentos de venda exclusiva em farmácia ou, simplesmente, incentiva a promoção de estilos de vida mais saudáveis junto dos seus utentes.

O farmacêutico comunitário, devido à sua proximidade com a população, assume um papel privilegiado nos cuidados de saúde. Todos os dias contribui para a qualidade de vida do utente, seja ao nível da gestão da terapêutica, na administração de medicamentos e vacinação, na determinação de parâmetros bioquímicos ou na identificação de pessoas em risco.

Nesta valência de tarefas, inúmeras farmácias comunitárias disponibilizam, ao dia de hoje, um serviço orientado para a Preparação Individualizada da Medicação. Sendo o farmacêutico o “especialista do medicamento” tem o conhecimento certo para promover serviços orientados para a gestão e otimização da terapêutica do utente, enquadrada num plano contínuo, com objetivos terapêuticos, bem como identificar, solucionar ou atuar na prevenção de problemas relacionados com medicamentos (Cuidados Farmacêuticos). Um trabalho desenvolvido em parceria com o médico, com o objetivo de obter os melhores resultados para a saúde da comunidade.

Ao proceder à revisão da medicação, o farmacêutico reúne toda a informação que lhe permite detetar e corrigir possíveis duplicações de medicação ou interações medicamentosas. Este serviço tem particular interesse para doentes que são seguidos em várias especialidades médicas, sendo que, muitas vezes, os médicos não têm conhecimento de toda a medicação do utente.

Mesmo fora de portas, este profissional de saúde assume, cada vez mais, um papel ativo junto da população, sendo muito frequente ver estes profissionais a realizar palestras junto da comunidade sénior ou escolar de modo a promover a literacia em saúde ou, ainda, a promover caminhadas, por exemplo, com o objetivo de estimular a atividade física da sua população. Atividades a que se juntam as ações de rastreios ou aconselhamento em farmácia.

Em suma, o farmacêutico comunitário disponibiliza cada vez mais serviços essenciais à saúde do utente, tanto na prevenção como no tratamento das suas patologias, assumindo assim, um papel fundamental na estrutura dos cuidados de saúde primários em Portugal.

No âmbito do Dia Nacional do Farmacêutico, que se celebra a 26 de setembro, é lançada a Campanha “Sempre lá na Hora H”, que tem como objetivo reforçar o papel do farmacêutico na vida das pessoas e na saúde pública, invocando a premissa de que o farmacêutico não vende apenas medicamentos, mas é também um conselheiro, um ouvinte, um confidente, alguém que está lá a todas as horas...mesmo fora de horas.

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