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O Lº. Congresso das Terras do Infante

O  Lº. Congresso das Terras do Infante

Artigo de Opinião  VALENTIM ROSADO

A Associação Intermunicipal Terras do Infante depois de largo apagão aciona o interruptor e dá à luz o  Iº. congresso. Merece, por isso, saudações e felicitações.  O mar foi tema principal. Falaram os especialistas,  é bom ouvir os especialistas, mas melhor é saber levar à pratica o que eles dizem.  Do que fora dito não  faltam oportunidades,  grandes desafios e ameaças assustadoras, tudo, a precisar de medidas sérias para salvaguarda dos oceanos.  Os estudos técnico e científicos  evidenciam aspetos  preocupantes.

Convidam  à mudança de atitudes, comportamentos  diferentes e consequentes, quer no mar  quer na terra.  A mudança do clima sendo tema  de discussão  nos fóruns mundiais  procurando  consensos políticos  na definição  de medidas diversas e ações concretas , em  defesa  dos ecossistemas  sustentáveis, não dispensa, todos sabemos, o apoio das comunidades locais, na aplicação de decisões adicionais rigorosas, equilibradas e justas. Assim sendo,  a defesa do meio ambiente, em geral, não se limitará a iniciativas pontuais,  discursos de ocasião e palavras bonitas, mas, sobretudo,  a decisões legislativas e atos  administrativas e físicos coerentes;  Pensar Global Agir Local. A preservação dos valores  naturais  exige  respeito pelas árvores e florestas,  adequado ordenamento do território, energias e indústrias limpas, aquíferos, linhas de água e  sapais reabilitados, melhor  urbanismo,  infraestruturas de saneamento básico eficazes, reciclagem dos resíduos sólidos, maior rigor no controle das atividades poluentes, uso racional da água, melhor educação ambiental e sanitária, cuidado com  as  explorações agrícolas intensivas ou hortofrutícolas, sejam  abacateiras (das maiores da europa) ou  outras variedades. Se formos capazes, disto, estaremos com gestos pequenos a  prestar contributos grandes  e  decisivos  para  melhorar o planeta, a saúde e o bem estar social dos seus  habitantes. Do congresso, destaca-se a forte presença de autarcas e outros cidadãos, jovens e seniores, na audiência que  além da curiosidade e interesse da iniciativa, serão, certamente,  o garante do futuro da associação. Porém, ficara a perceção  que  significativa percentagem dos  presentes  desconhece  os   propósitos originais da associação, Terras do Infante,  motivo pelo qual,  para melhor compreensão, parece  apropriado relembrar  um pouco da sua história, uma vez  que a “A história não pode ser vista só  como  passado deixado para trás, mas sim como uma forma de nos entendermos no presente. Ela  ajuda –nos  a eliminar ilusões, visões imaginárias e explosivos comportamentos de  ignorância”.  Lemos algures! Com  esse fim,  se informa  de que  a  Associação Intermunicipal  Terras do Infante, como o próprio nome indica, circunscreve-se aos municípios de Lagos, Aljezur e Vila do Bispo. Existe desde finais da década de 90 (noventa).  Passaram, já, 20 anos. Fundada pelos autarcas, de então, necessária e útil, como órgão politico congregador, de 
vontades, utopias, sonhos e ambições, de desenvolvimento conjunto de ações concretas  e projetos intermunicipais.  Na verdade, foi concebida  a pensar  na terra,  mais voltada para o sequeiro. Mas, lá por isso, não deixaremos de estar  agradados por se estender  ao mar. No  seu núcleo central gira a vontade politica de harmonizar e articular a gestão  intermunicipal, de projetos estruturantes comuns, aos três municípios, nas vertentes  económica, histórico / cultural e desportivo /ambiental, sem beliscar autonomia, atribuições ou competências municipais. Antes reforçá-las,  retirando sinergias do  uso racional dos meios, recursos e potencialidades. Reter e atrair talentos,  novos investimentos, crescer e inovar, são elementos do seu código genético. O  seu  ADN  releva  as pessoas  e o  seu bem estar social, ultrapassa as barreiras partidárias, cultiva preocupações com o futuro sustentável e a coesão territorial,  deste triangulo histórica, geográfica  e paisagisticamente inigualável.
O aproveitamento dos apoios financeiros europeus, aplicados em  projetos de dimensão intermunicipal, são parte da ambição. O  plano de intervenção florestal (PMIF) elaborado, o primeiro da região, revela-se  exemplar. Daí ser natural que as populações suscitem  fundadas interrogações  pela ausência de outros projetos, noutros sectores, atento a experiência boa  deste.  È , portanto, necessário  agitar este mar de conformismo  causa de inegáveis prejuízos para todos e manter  acesa a luz.  Caros Autarcas das Terras do Infante, sugerimos, por fim, que o próximo ENCONTRO  tenha como tema principal  o território, suas atividades, ouvindo a sabedoria  convencional local : Políticos, investidores, comerciantes,  quadros técnicos, associações setoriais  diversas;  Que pensamento, ideias e inquietações, melhorar o presente na construção continuada de futuro radioso, próspero, justo,  económica e socialmente sustentável.
 

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