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O cancro do Pulmão continua a ser a doença oncológica com maior mortalidade associada

O cancro do Pulmão continua a ser a doença oncológica com maior mortalidade associada

Artigo de opinião de Isabel Magalhães, Presidente da Associação Portuguesa de Luta Contra o Cancro do Pulmão (Pulmonale)

Em 2020, 5415 pessoas foram diagnosticadas em Portugal com cancro do pulmão, ocorrendo no mesmo período, 4797 mortes. (OECD,2020)

A taxa de sobrevivência a 5 anos após o diagnóstico continua baixa quando comparada com outras patologias oncológicas.

Esta realidade advém em grande medida de, maioritariamente, o diagnóstico ocorrer em fase avançada da doença, o que agrava o prognóstico da doença e encurta inexoravelmente a vida dos doentes.

Importa assim inverter a realidade atual, o que passará obrigatoriamente pela prevenção, pelo rastreio e pelo diagnóstico precoce. Sensibilizar para os malefícios do tabagismo (sob todas as suas formas), disponibilizar a cessação tabágica aos fumadores e, naturalmente, aumentar a awareness da população para os sinais e sintomas e implementar o rastreio do cancro do pulmão são fatores críticos para alterar o paradigma desta neoplasia.

Pese embora a literacia em saúde seja fulcral, não devemos esquecer que os sintomas iniciais no cancro do pulmão por vezes são leves, quase inexistentes e/ ou transversais a outras patologias, o que contribui também para que erradamente, sejam desvalorizados em inúmeros casos.

Assim, o rastreio populacional do cancro do pulmão assume particular relevância, permitindo diagnosticar em fases iniciais, possibilitando reduzir em mais de 20% as mortes por cancro do pulmão.

Para otimizar os resultados de um programa de rastreio o mesmo deverá ter associada a possibilidade de aceder à cessação tabágica. O diagnóstico atempado, pressupondo a existência de resposta atempada a nível do tratamento/ seguimento dos doentes permitirá que a inovação chegue aos doentes, traduzindo-se em mais e melhor qualidade de vida.

Para que se atinja este objetivo há todo um congregar de esforços por parte dos diversos stakeholders, desde logo a nível da resposta do sistema de saúde, mas também resultado da atitude de cada cidadão, da forma como gere a sua própria saúde/ doença.

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