Inadmissível o anúncio do governo a proceder a mais cortes no Serviço Nacional de Saúde

Ainda que o Primeiro-Ministro tenha vindo a afirmar o seu contrário, já ninguém acredita!
A utilização dos habituais jargões da eficiência ou de evitar desperdícios colide com a realidade concreta de aumento dos constrangimentos experienciados pelas administrações das instituições do SNS, em 2025. Em novembro, nenhum dos Planos de Desenvolvimento Organizacional das Unidades Locais de Saúde foi aprovado, impedindo por exemplo, a abertura de concursos de acesso a categorias superiores das diferentes carreiras.
Os profissionais estão sistematicamente confrontados com a falta de material e a não substituição de equipamento que deixam de funcionar, pelos anos de utilização, impedindo as boas e melhores práticas.
Os sistemas informáticos continuam a ter problemas de interoperacionalidade e de funcionamento trazendo problemas ao funcionamento das organizações.
Relatórios importantes sobre a política do medicamento não são disponibilizados desde há dois anos impedindo o acesso a dados sobre os gastos, a tipologia dos gastos, nomeadamente, no que diz respeito a medicamentos inovadores, na área oncológica e, até, relativamente a medicamentos já não sujeitos a patentes.
Em contraponto, agrava-se a carência de profissionais de saúde sem que o Governo tome medidas efetivas que travem a saída dos que estão e permita atrair mais. Pelo contrário, as medidas que vão apresentando apenas servem para degradar ainda mais as condições de trabalho.
E, tendo em conta a redução da verba prevista no Orçamento do Estado para a saúde associada às declarações do Ministro das Finanças que considera ser um desperdício contratar mais trabalhadores para a Administração Pública, espera-se que o Governo cumpra a sua afirmação de não retirar dinheiro ao Estado Social para pagar os delírios armamentistas da União Europeia que garantirá mais lucro a uma indústria que só produzirá mais doença.
SEP


 
							 
								 
							 
							 
							 
							 
							