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Foram Dias

Foram Dias

Artigo de opinião de Catarina Oliveira, Advogada. 

Há dias que não são dias e outros que nos pertencem. Creio que escrevo em nome da maioria quando afirmo que nem todos os dias são aproveitados como seria suposto. Aliás, temos alturas em que adiamos ao máximo o início de mais um conjunto de vinte e quatro horas, nem que seja apenas no nosso quarto, com os estores fechados e com a cabeça dentro dos cobertores.

Termina 2018 ficando as memórias das datas que lhe pertenceram. Não nos lembramos de todas ao pormenor, mas certamente, recordamos o essencial. Houve dias em que achámos que dominávamos o Mundo e outros, onde pareceu que o Mundo caíra sobre nós. Momentos em que nos sentimos orgulhosos do que fizemos, mas de seguida achámos que afinal não era algo assim tão bom. Surgiram dias de Sol em que decidimos brilhar com ele, mas noutros fechamos-lhe a cortina para não nos incomodar. Tivemos alturas onde tudo fez sentido, e acreditámos saber a nossa missão de vida mas noutras, questionámos tudo, inclusive a nossa própria existência. Em certos momentos decidimos amar mais, mas quantos de nós não pensaram, logo a seguir, que não valia a pena? Foi um ano onde amparámos outros e fomos amparados logo de seguida, mais dias em que colocámos uma máscara ao sair de casa, para a pousar apenas quando fôssemos dormir. Ora fomos gratos, ora amaldiçoámos tudo o que nos rodeia. Uns encontraram o amor, próprio ou pelo outro, enquanto outros terão mais dias para o fazer. Momentos houve em que decidimos passar o nosso tempo a fazer algo que não nos preencheu, apenas para concluirmos que afinal aquele dia não foi nosso, mas de alguém.

Fizemos contagem decrescente para a hora de saída de algo…ou talvez de tudo, quem sabe…porque se analisarmos, passamos os anos a contar o tempo que temos, porque “amanha já é segunda”. Foram estes os nossos dias. E de certeza que temos muitos outros, melhores, mais bonitos, mas decidi enfatizar estes, pois são aqueles que em 2019 todos nós esperamos ultrapassar. Então façamos por isso: por menos contagens decrescentes; mais amor, sinceridade e confiança. Que arrisquemos mais, para sairmos da nossa bolha a que chamamos conforto. Passemos a sentir, em vez de analisar tudo. Que nos saibamos sempre perdoar e, para isso, passemos a viver o presente, acabando com a ansiedade do que está para vir, porque não sabemos o que será. Pelo melhor para os nossos dias, um feliz 2019 a todos os que lerem estas breves palavras.

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