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Arte Suprema

Arte Suprema

Artigo de Miguel Xavier Sequeira, Professor de Educação física

Existem inúmeros tipos de Dança, Dança clássica (Ballet), Danças de salão (Brasileiras – Forró, Samba, Lambada, Maxixe e Vanera; Latinas – Merengue, Bachata, ChaCha-Cha, Salsa, Cumbia, Rumba, Calipso e Mambo; Espanholas – Bolero, Pasodoble e Flamengo; Francesas – Zouk; Argentina – Tango e Milonga; Americanas – Lindy Hop, West Coast Swing e Foxtrot; Europeias – Polca e Valsa; Africanas – Kizomba), Danças Tradicionais Portuguesas (Algarve – Corridinho; Madeira – Bailinho; Minho – Vira, Cana Verde e Malhão; Ribatejo – Fandango; Beira Litoral – Regadinho), Hip Hop, Dança Africana, Dança Carácter, Dança Jazz, Breakdance, Sapateado e Dança Contemporânea. Existem pessoas que criam estilos de Dança únicos, como Michael Jackson.   A Dança é a modalidade desporti
va que tem uma maior ligação com a arte. Os movimentos produzidos numa qualquer dança estão fundidos numa aliança entre a arte e a atividade física. É na Dança que o corpo humano consegue exprimir o mais alto grau de alegria. Não existe nada em termos de expressão corporal que consiga transmitir uma maior felicidade. No meio de uma atuação de uma pessoa que sabe dançar, surge sempre uma enorme inspiração naqueles que a sabem apreciar, pela natureza inerente dessa ação, que tem o poder de conseguir transmitir uma grande variedade de sentimentos. Dança deveria significar criar beleza, que é no fundo o grande objetivo de todas as artes. Um bom dançarino consegue fazer um lindo quadro sem desenhar um único traço e consegue fazer 
um lindo poema sem escrever uma única palavra. A Dança é uma forma de arte suprema e os seus intérpretes são seres divinos. Assisti no passado mês de Fevereiro a uma peça de Dança Contemporânea no Centro Cultural de Lagos intitulada “Queda infinita”, criada por Adriana Xavier e Rodrigo Teixeira e interpretada por ambos e por Alice Duarte. A peça inicia-se magistralmente com a intérprete (Adriana Xavier) a rodopiar sobre si própria, demonstrando estar infeliz e a despegar-se dos objetos que traz consigo. O personagem demonstra assim uma perturbação. Tal como o nosso planeta nasceu de uma perturbação que levou à sua criação e o nosso nascimento advém de uma perturbação, que nos tira da proteção do ventre materno e nos traz à vida. De seguida temos um colo que nos conforta e esse aconchego seguro será para sempre a nossa procura. A peça desenvolve-se a partir dessa perseguição demonstrando a fragilidade da condição humana e como por vezes podemos nos sentir desamparados. O jogo das relações humanas e a sua complexidade vai sendo retratado e a tentativa da compreensão do nosso interior está sempre presente.   A sinopse da peça poderia conter esta pergunta, como é que dois seres imperfeitos poderão ser perfeitos um para o outro? É essa reflexão que a peça nos convida a fazer, desafia-nos a debruçar sobre o amor. Durante o espetáculo podemos assistir a uma interligação profunda entre a dança, o teatro, a música, a expressão dramática e corporal, os efeitos visuais e os adereços. 
Essa conjugação resulta numa peça madura e numa obra de arte magnífica, que tem ainda mais valor porque os seus criadores são também os seus intérpretes e ainda por cima muito jovens. Prevejo assim um futuro brilhante para os seus autores nesta área, que estão no caminho certo para trilharem um caminho deveras interessante. Almada Negreiros chamou à sua última obra “Começar”. Todos os dias existe um começo em nós. Existe um pensamento clássico do oriente que diz “Eu não sou aquilo que me aconteceu, mas sim aquilo em que me tornei”.  A maior obra de arte que uma pessoa pode aspirar, é conquistar o amor por si próprio, sentir orgulho em tudo aquilo que faz. Esse é o verdadeiro propósito da magnífica aventura que chamamos vida.       

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