Artigo de Opinião de CELSO SILVA, Licenciado em Fisioterapia Mestre em Desporto Exercício e Saúde
O homem sempre sofreu de dor na região lombar, denominado frequentemente de Lombalgia e está documentado que cerca de 65 a 90% dos adultos sofrem um episódio nalguma fase da sua vida, com pico de incidência ocorrendo entre os 35 e os 55 anos de idade. Esta problemática é uma das principais causas (se não a primeira) de incapacidade, absentismo laboral e pedidos de reforma em pessoas com idade inferior a 45 anos, ocasionando grande impacto na qualidade de vida.
Mais importante que nos focarmos na dor, que não é mais que uma sintoma, será tentarmos perceber qual a causa que levou ao aparecimento dessa dor. Nesse contexto a maioria da bibliografia pesquisada aponta para a postura incorreta e/ou mantida por períodos prolongados durante as atividades da vida diária, como a causa mais frequente para o aparecimento de dores lombares. Contudo existem outras causas descritas tais como inflamação, discopatia ou patologia no disco interverteral, alterações degenerativas articulares, dismetria de membros, desequilíbrios musculares, défices de controlo motor e estabilização da região lombopélvica, neoplasias, disfunção visceral e problemas emocionais. A intervenção da Fisioterapia não deve ser somente direcionada para a diminuição da dor, mas deve sim ser direcionada para o que está a provocar o aparecimento dessa dor, ou seja as estratégias de intervenção devem ter como objectivo reduzir ou mesmo eliminar a/as causa/s que podem ter influência no aparecimento da dor lombar. Termino referindo que ao contrário do senso comum onde ainda prevalece a ideia que perante qualquer dor a estratégia será o repouso, eu penso que perante uma situação de dor, neste caso dor lombar/lombalgia o movimento será a melhor arma a utilizar.