Eduardo Costa, jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
A caça aos jovens portugueses por países estrangeiros é já uma realidade que nos ameaça.
O Canadá abriu um centro de requisição de vistos em Lisboa disponibilizando aos portugueses "mais flexibilidade, acessibilidade, para visitarem, estudarem e trabalharem no país".
O nosso país investe cerca de 100 mil euros em cada jovem licenciado. São 20 mil o número de licenciados que emigram todos os anos. 40 por cento dos 50 mil licenciados anualmente. Um inquérito da Associação Académica da Universidade de Coimbra, conclui que cerca de 70% dos estudantes têm intenção de emigrar.
Um outro inquérito realizado pela Federação Académica do Porto revela que mais de metade dos alunos da Universidade do Porto admite sair de Portugal.
Uma sondagem recente concluiu que os nossos jovens estão conscientes das potencialidades da economia portuguesa e a maioria considera que o país é "bom para viver". Mas, os motivos que empurram para a emigração são os salários baixos e reduzido poder de compra, com impostos penalizadores do sucesso e do emprego. Como revelam os elevados custos que tornam as empresas pouco competitivas com a enorme carga fiscal sobre o trabalho.
Portugal tem a 8.ª maior taxa de emigração do mundo e a 4.ª da Europa. Na última década, Portugal perdeu 742 mil portugueses. Desses, 194 mil tinham curso superior.
É preocupante. É um desafio para toda a sociedade portuguesa, que vê os seus filhos partirem. Para desgosto das famílias. Para prejuízo do país que deles bem necessita. Perdendo o investimento feito na sua formação de cerca de 100 mil euros.