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10 cuidados a ter para proteger os pés do frio

10 cuidados a ter para proteger os pés do frio

Artigo de opinião de Francisco Oliveira Freitas, podologista responsável pelo Centro de Podologia de Famalicão

Apesar de serem a nossa plataforma de movimento e o suporte do nosso organismo, os pés são ainda assim frequentemente negligenciados, sobretudo no inverno, uma vez que passam a maior parte do tempo escondidos pelo calçado. Contudo, uma vez que as baixas temperaturas e o uso regular de sapatos fechados podem favorecer o aparecimento de alguns problemas podológicos, proteger os pés deve ser um cuidado prioritário quando os termómetros baixam.

À semelhança do nariz e das mãos, os pés estão naturalmente mais expostos ao frio e, consequentemente, encontram-se mais vulneráveis. Isto acontece também porque as baixas temperaturas provocam a contração dos vasos sanguíneos, dificultando a circulação até às extremidades do corpo, que pode resultar na sensação de frio nos pés devido a um fluxo sanguíneo lento. Além de pés frios, a pele fica sujeita a alterações, como pele seca (xerose cutânea) e irritada, com tendência a vermelhidão, e frieiras.

As lesões cutâneas são assim um problema relativamente frequente nesta altura do ano, como efeito das agressões por fatores externos, como as baixas temperaturas, a humidade e o vento. No entanto, também os duches demorados e com água muito quente contribuem para a desidratação da pele.

Paralelamente, a utilização de calçado fechado no inverno, com o objetivo de manter os pés quentes, não permite uma correta ventilação, criando o ambiente ideal para o desenvolvimento e proliferação de fungos causadores de micoses, que podem surgir na pele dos pés e unhas, sendo estas denominadas de onicomicoses. A onicocriptose, vulgarmente reconhecida como unha encravada, as calosidades e as bolhas são ainda problemas que podem surgir nesta estação do ano resultantes da má escolha de calçado, como sapatos não adequados à morfologia e tamanho dos pés, bem como aos dedos, dificultando também a circulação sanguínea.

Que cuidados devo ter no inverno para prevenir o desenvolvimento de problemas nos pés?

É essencial que tenha em mente a necessidade de manter os seus pés quentes e secos no inverno, por essa razão, caso as suas meias fiquem molhadas em dias de chuva, troque-as assim que possível.

Apesar desta máxima, as galochas/botas de borracha devem ser usadas apenas esporadicamente, pois embora mantenham os pés protegidos da chuva, por serem impermeáveis, não permitem uma correta ventilação do pé. O plástico de que são feitas irá contribuir assim para a concentração dos níveis de transpiração dentro do calçado, o que mantém os pés frios, provocando mal-estar e aumentando o risco infeções e de unhas encravadas, dado que as unhas se tornam mais moles e, por isso, ficam mais sujeitas a partir-se.

Concluindo, com o frio, os pés passam a andar escondidos, mas isso não significa que pode deixar de cuidar deles. Os seus pés são os que mais sofrem nesta altura do ano e, por isso, existem alguns cuidados a ter:

  • Lave diariamente os pés com água não muito quente;
  • Após o banho, seque bem os pés com uma toalha macia, especialmente os espaços entre os dedos;
  • Utilize diariamente um creme ou loção hidratante, uma vez que esta é uma medida fundamental para prevenir e tratar a xerose cutânea, também comum nos meses frios;
  • Opte por meias de algodão, de modo a prevenir a concentração de transpiração no calçado;
  • Quando chegar a casa, descalce-se e troque de meias;
  • Não aproxime demasiado os seus pés de fontes de calor;
  • Use calçado confortável e adequado ao seu pé, evitando os sapatos apertados, de modo a que circulação sanguínea não seja condicionada;
  • Faça exercício físico, para estimular a circulação sanguínea;
  • Alterne o seu calçado, permitindo que este seque e areje, dado que a humidade mantém os pés frios;
  • Visite regularmente um podologista.

E não se esqueça: examinar os pés diariamente é o primeiro passo para a deteção de possíveis alterações na pele e unhas, permitindo um diagnóstico precoce e um acompanhamento adequado, de modo a prevenir o agravamento de possíveis complicações resultantes de feridas, bolhas ou calos.

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