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Alunas odemirenses conquistam prémios no concurso nacional de jovens cientistas

Alunas odemirenses conquistam prémios no concurso nacional de jovens cientistas

A Escola Secundária Dr. Manuel Candeias Gonçalves, do Agrupamento de Escolas de Odemira, voltou a brilhar no Concurso Nacional de Jovens Cientistas, que decorreu no âmbito da Mostra Nacional de Ciência, no Porto, entre os dias 8 e 10 de Setembro, ao conquistar três prémios com projectos de investigação de jovens alunas.

A Mostra de Ciência, um evento organizado pela Fundação da Juventude e a Agência Ciência Viva, reúne anualmente os melhores projectos científicos realizados pelos jovens portugueses, que são avaliados por um júri constituído por investigadores das diferentes áreas da ciência.

Na Mostra de Ciência deste ano, as jovens investigadoras odemirenses alcançaram três dos cinco prémios principais. Foram ainda contempladas com a participação em três eventos científicos internacionais.

O projecto “Degradação de polietileno por fungos”, defendido por Maria Viana e Valentina Gomes (com a participação no projecto de Sarah Condeixa) conquistou o 3º prémio, no valor de 750,00€ e a participação na Regeneron ISEF (uma feira mundial de ciência, no Texas, EUA). O projecto “Importância da floresta nativa – sequestro de carbono e promoção da biodiversidade”, das alunas Ana Sofia Costa e Mariana Gaspar (e com a participação de Carolina Cruz e Duarte Silva) ganhou o 4º prémio, no valor de 600,00€ e a participação na Semana Internacional de Estudo da Vida Selvagem (Alpes, Suíça). “Análise do impacto dos protectores solares na vida aquática” é o tema do projecto de Sofia Reis, Lara Guerreiro e Maria Paulino, que obteve o 5º prémio, no valor de 400,00€ e a participação na Zienzia Azoka (uma mostra de ciência no País Basco, Espanha).

“Degradação de polietileno por fungos”

Trabalho defendido por Maria Viana e Valentina Gomes (participação no projecto de Sarah Condeixa)

3º prémio: 750,00€ + participação na Regeneron ISEF (EUA)

Resumo: “A nossa investigação nasceu da preocupação que temos com a acumulação de plásticos no solo. Colocámos as questões:

(A) Plásticos que estão há muito tempo na natureza possuirão um microfilme de fungos capazes de digerir polímeros sintéticos? Para responder a esta questão, inoculámos pedaços de plástico que estava em degradação no solo em meio de cultura Sabouraud com antibiótico. Inoculámos os fungos que cresceram no meio e incubámo-los com tiras de polietileno de peso conhecido. Os resultados mostram que nenhum dos fungos que isolamos parece ter potencial de degradação de polietileno. Contudo, é importante continuar a investigar o potencial dos fungos existentes no solo para a biodegradação de polietileno, pois estes microrganismos podem ser uma solução viável para o problema da contaminação do solo por microplásticos.

(B) Os fungos Pleurotus ostreatus e Trametes versicolor, que se encontram à venda no mercado português (usados na alimentação) terão também essa capacidade? Inserimos pedaços de polietileno de peso conhecido em dois substratos (pobre e rico em nutrientes) inoculados com Pleurotus ostreatus e Trametes versicolor. Comparámos a perda de peso do polietileno nestes tratamentos com o controlo (não inoculado). Os resultados mostram potencial de Trametes versicolor para a degradação de polietileno, ao contrário de Pleurotus ostreatus. Resultados inesperados mostram esse potencial também para Penicillium sp. que contaminou alguns dos nossos ensaios.”

“Importância da floresta nativa – sequestro de carbono e promoção da biodiversidade”

Trabalho defendido por Ana Sofia Costa e Mariana Gaspar (participação no projecto de Carolina Cruz e Duarte Silva)

4º prémio: 600,00€ + participação na Semana Internacional de Estudo da Vida Selvagem (Suíça)

Resumo: “O tema do nosso trabalho é a relação entre as florestas e as alterações climáticas. Colocámos a questão: as florestas nativas da nossa região – Alentejo - são um ecossistema em risco devido às alterações climáticas e/ou são um ecossistema que pode ajudar a resolver esse problema? As hipóteses que testámos foram:

(A) o solo da floresta nativa (sobreiral) armazena mais matéria orgânica e tem maior quantidade de microrganismos do que o solo do eucaliptal (floresta de exóticas);

(B) no sobreiral existe maior biodiversidade – invertebrados e mamíferos – do que no eucaliptal. Fizeram-se amostragens com pitfalls, barktraps e armadilhas fotográficas no sobreiral e no eucaliptal, e foram feitas recolhas de solo para análise do conteúdo em matéria orgânica e de fungos e bactérias cultiváveis em meios generalistas. Os resultados mostraram maior biodiversidade no sobreiral, nos grupos amostrados. Contudo, o solo de ambas as florestas é pobre em matéria orgânica e não se observaram diferenças ao nível da microbiologia do solo, nos parâmetros amostrados. Para terem um maior papel no combate às alterações climáticas, as florestas necessitam de uma gestão mais adequada a esse fim.”

“Análise do impacto dos protectores solares na vida aquática”

Trabalho defendido por Sofia Reis, Lara Guerreiro e Maria Paulino

5º prémio: 400,00€ + participação na Zienzia Azoka (Espanha)

Resumo: “Os protectores solares são importantes na redução do risco de doenças na pele causadas pelos raios UV. Porém, têm impactes negativos na vida aquática. Têm surgido protectores com selo reef-safe. Estudámos a influência de 4 protectores solares, dois com selo reef-safe e dois sem, na mortalidade, regeneração e eventuais malformações nas planárias (Dugesia gonocephala). Todos provocaram elevada mortalidade, excepto o Avène nas concentrações 25mL/Kg e 10mL/Kg. Porém, em concentrações superiores, até esse protector causa 100% de mortalidade. Um dos protectores sem selo provocou um atraso na regeneração, mesmo em concentração muito baixa (10mL/Kg). Ensaios com medidor de UV mostraram que o protector Avène, que se revelou mais inofensivo para as planárias, tem uma protecção de radiação UV ligeiramente menor que os outros protectores solares. É necessária mais investigação para aumentar o grau de protecção destes produtos e em simultâneo garantir que não prejudicam os ambientes aquáticos.”

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