As Aldeias de Crianças SOS estão a celebrar 70 anos de existência no mundo. Desde a sua fundação na Áustria em 1949 apoiaram mais de 4 milhões de crianças e jovens desprotegidos, proporcionando-lhes um crescimento num ambiente de cariz familiar e promovendo a sua integração na sociedade.
Presente em 135 países com 2 mil programas que dão apoio a mais de 550 mil crianças, as Aldeias de Crianças SOS integram a ONU desde 1995, como ONG consultiva junto do Conselho Económico e Social das Nações Unidas e já foram nomeadas para o Prémio Nobel da Paz 14 vezes.
A sua missão é cuidar, em família, de crianças desprotegidas, ajudando-as a moldar o seu futuro, desenvolvendo e inserindo-se positivamente em comunidade.
O trabalho desenvolvido vai para além do mero acolhimento de crianças, uma vez que, providencia cuidado a longo prazo a crianças que não podem estar com as suas famílias biológicas e fortalece as famílias de crianças em risco de serem retiradas às suas famílias. Estatísticas comprovam que 90% das crianças mantêm fortes relações familiares e redes de apoio. Para além disso, 80% dos ex-residentes concluíram o ensino médio ou formação profissional e têm as habilitações necessárias para obter um emprego.
O empenho e dedicação por parte da Organização é visível quando 80% dos antigos residentes afirma sentir-se seguro e positivo em relação ao futuro da sua vida.
Em Portugal, as Aldeias SOS acolheram 696 crianças nas Aldeias SOS de Bicesse, Gulpilhares e Guarda e apoiaram 481 através do Programa de Fortalecimento Familiar (PFF). Só no ano passado, foram acolhidas 123 crianças e jovens por motivos de negligência (92%) e maus tratos (42%).
A idade média das crianças e jovens acolhidos é de 15 anos, sendo que 23% têm menos de 12 anos, 49% têm idades compreendidas dos 12 aos 17 anos e 29% são maiores de idade. Dos jovens referidos, 50% estão nas Aldeias SOS há mais de 5 anos. Existem também resultados notórios no que diz respeito à sua educação, uma vez que, em Portugal a taxa de sucesso escolar das crianças e jovens acolhidos atinge os 87% e alguns jovens encontram-se a frequentar a universidade.
Numa perspectiva de futuro, tanto a nível nacional como internacional, as Aldeias de Crianças SOS continuam a ter como objectivo contribuir para comunidades mais fortes, fortalecendo os sistemas de apoio a crianças vulneráveis e assim, tornar o mundo melhor.