(Z1) 2020 - CM de Vila do Bispo - Um concelho a descobrir

Primeiro dia do Carnaval de Loulé foi seco, mas não foi uma seca

Primeiro dia do Carnaval de Loulé foi seco, mas não foi uma seca

A ausência da chuva permitiu que o Carnaval de Loulé saísse para a rua neste Domingo Gordo e os cerca de 35 mil foliões pudessem aproveitar o evento “à grande e à louletana”.

Ao contrário do que aconteceu noutros corsos do país, em Loulé, o mais antigo de Portugal, o S. Pedro deu uma ajuda para a animação. O desfile atrasou em cerca de meia hora, garantindo que a água não iria estragar o trabalho de decoração dos carros alegóricos ou pôr em causa a segurança dos cerca de 600 figurantes. E na verdade, este foi um desfile sem chuva mas, tal como diz o próprio tema desta edição, não foi uma seca já que a boa disposição, tanto da parte dos grupos como do público, foi uma constante.

No meio de muita sátira e brincadeira, pretendeu-se também transmitir uma mensagem de consciencialização para o problema da água junto dos milhares de visitantes. “O tesouro da Terra”, “Poupe até à última gota” ou “A água é ouro” foram algumas das frases de ordem no “sambódromo louletano”.

O Zé Povinho, figura de destaque das várias edições deste corso, não podia faltar, num dos carros, a piscar o olho ao Ministro da Agricultura e Pescas perante os abacateiros que invadem os campos algarvios e são autênticos sorvedouros de água. Uma dessalinizadora em jeito de geringonça “alimenta” a Ilha da Madeira, com Miguel Albuquerque, o ainda presidente do Governo regional, a descansar à sombra da bananeira. Dois candidatos a Belém – Gouveia e Melo e Marques Mendes - de boias colocadas prontos para acompanhar Marcelo Rebelo de Sousa num mergulho no mar. Um António Costa ao leme do navio do Conselho da Europa. Estes e muitos outros episódios que têm feito a atualidade e que mereceram o olhar atento dos criativos do Carnaval de Loulé.

E neste desfile louletano há também referências locais: uma réplica das Bicas Velhas, um dos valiosos patrimónios hídricos da cidade; uma Ribeira do Cadoiço navegada pelo Primeiro-Ministro, Luís Montenegro, e o líder da oposição, Pedro Nuno Santos; ou uma menção a um dos clubes da terra no emblema Campinense-Al Nassr, na camisola do craque Cristiano Ronaldo, vestido com as cores amarela e azul, comuns a ambos os clubes.

Entre os visitantes, muitos turistas nacionais e estrangeiros sambaram ao ritmo da música brasileira trazida pelo DJ Rodriguez. Até porque afinal o Carnaval de Loulé é o principal cartaz turístico da região nesta altura do ano, contribuindo de forma significativa para a economia local. E assim foi mais uma vez neste Domingo de Carnaval, em que a restauração e o comércio de Loulé estiveram “à cunha”.

O desfile regressa já amanhã, a partir das 15h00, na Avenida José da Costa Mealha. Na terça-feira de Entrudo prevê-se, e uma vez mais, casa cheia em Loulé, para o encerramento da edição de 2025.

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