Pela primeira vez, o Passeio das Dunas irá receber o desfile das Marchas Populares de Quarteira, que regressa à cidade nos dias 12, 23 e 28 de junho.
Desde 2019 que este evento não se realiza e, como tal, este ano, as expectativas são enormes, não só pelo interregno prolongado causado pela pandemia, mas pela grande novidade que constitui o novo recinto.
Depois de vários anos a marchar no “Calçadão”, desta vez o Passeio das Dunas, o prolongamento desse passeio marginal para o lado de Vilamoura, inaugurado em 2016, e que é cada vez mais centro de grandes eventos (foi aqui que no fim de semana passado decorreu os Petiscos do Pescador), será também o cenário deste desfile.
Esta alteração nasce de uma vontade conjunta das organizações das marchas, Junta de Freguesia e Câmara Municipal, no sentido de dar melhores condições tanto aos marchantes para mostrarem toda a qualidade artística, mas também aos visitantes que, a cada ano que passa, acorrem em maior número ao desfile, pelo que o Passeio das Dunas terá capacidade para receber um maior número de pessoas.
Assim, o espaço estará engalanado para receber as sete marchas que participam este ano e que vão estar no novo “santódromo” nas três noites - As Florinhas de Quarteira, a Rua da Cabine, a Rua Gago Coutinho, a Rua Poeta Pardal, a Fundação António Aleixo, a Rua Vasco da Gama e a Rua do Outeiro.
Tal como acontece noutras localidades piscatórias portuguesas, nas noites de Stº António, S. João e S. Pedro as ruas de Quarteira enchem-se de cor, música, dança e alegria durante o mês de Junho. O ponto alto das celebrações é o desfile das marchas que representam as ruas da cidade, envolvendo centenas de marchantes trajados a rigor, com coreografias únicas inspiradas em temas como o mar, a atividade piscatória, as tradições dos Santos Populares e os símbolos associados a esta festividade – os arcos, os manjericos, as fogueiras, os balões, a alcachofra ou o alho-porro.
Para além do desfile, a gastronomia – as sardinhas assadas, as febras, o pão com chouriço, o caldo verde e o vinho tinto – e os arrais constituem razões mais do que suficientes para que milhares de pessoas visitem Quarteira nestes dias. Mas a tradição manda ainda que se saltem as fogueiras e se queime alcachofra.
Os arraias serão outro dos atrativos para celebrar a vida dos três santos milagreiros. São três as ruas onde estas festas populares irão decorrer, com muita música e bailaricos animados por artistas populares: Rua Vasco da Gama (com Duo Rui e Miguel, a 9 de junho, Valter Cabrita, a 10, Paulo Coelho, a 16, e Helder Pires, a 17), Rua da Cabine (com Valter Cabrita, a 23 e Duo Rui e Miguel, a 24) e Rua da Alegria (com Migue G, a 12, e Luís José, a 28). Estes arraiais acontecem entre as 19h00 e as 00h00.
Outra das tradições reeditadas será a venda de manjericos, no Largo do centro Autárquico, nos dias 13, 23 e 28 de junho, das 9h30 às 13h00 e das 14h00 às 17h30, no Largo do Centro Autárquico.
Indissociável do período dos Santos, o manjerico é conhecido como a “erva dos namorados” porque, segundo uma velha tradição, os rapazes davam pequenos manjericos, em vasos, às namoradas, por altura do Stº António, o santo casamenteiro. Estas plantas são cada vez mais apreciadas também pelos turistas que se encontram em Quarteira, talvez cativados pelo seu cheiro característico.
Quarteira volta a vestir-se de gala para um dos eventos mais emblemáticos da animação algarvia nesta época do ano e que constitui um cartaz turístico de excelência da região. Mas este evento é também a demonstração do bairrismo fervorso que está bastante enraizada no espírito e alma de todos os quarteirenses.
A organização é a APROMAR, Associação Promotora das Marchas Populares que conta com o apoio da Câmara Municipal de Loulé e Junta de Freguesia de Quarteira. A entrada é livre.
Recorde-se que antes das marchas como hoje as conhecemos, as festas dos Santos Populares integravam os arraiais, as fogueiras, os bailes e os banhos na noite de S. João que tinham lugar normalmente em Quarteira pela sua proximidade ao mar. Até à década de 70 do século XX a celebração resumia-se às comemorações de S. João com os “bailes de mastros” pela cidade e o “banho santo”, à meia-noite. Ao Padre Elísio Dias, nomeado pároco de Quarteira em 1968, dever-se-á a criação das Marchas Populares, que conheceram maior incremento a partir da década de 90. Em 1995 surge a APROMAR, Associação Promotora das Marchas Populares, que passa então a organizar oficialmente o evento.