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Odemira tem quatro patrimónios nomeados nas 7 maravilhas da cultura popular

Odemira tem quatro patrimónios nomeados nas 7 maravilhas da cultura popular

O Município de Odemira volta a participar na iniciativa 7 Maravilhas, este ano dedicado à Cultura Popular, contando com quatro patrimónios nomeados: Cante ao Baldão acompanhado de Viola Campaniça (categoria Músicas e Danças), a Viola Campaniça (categoria Artefactos), a Pesca Artesanal no Litoral Alentejano (categoria Rituais e Costumes) e a FACECO – Feira das Atividades Culturais e Económicas do Concelho de Odemira (categoria Festas e Feiras).

A participação de Odemira no concurso das 7 Maravilhas da Cultura Popular segue as anteriores presenças nas 7 Maravilhas (Maravilhas Naturais de Portugal, As Melhores Praias de Portugal, Aldeias de Portugal, 7 Maravilhas à Mesa, 7 Maravilhas Doces de Portugal), que têm promovido o concelho de Odemira e o seu património natural e cultural a nível nacional e também internacional.

O objectivo das 7 Maravilhas da Cultura Popular passa por evidenciar a vivência e reconhecimento do património cultural material e imaterial do nosso país, destacando e promovendo as tradições de todas as regiões, onde “a expressão da sua autenticidade se encontra em cada um de nós, em cada aldeia, vila ou cidade”, sendo particularmente enaltecido “o valor de cada manifestação cultural enquanto afirmação distintiva do seu território”.

O concurso é organizado em 7 categorias distintas: Artesanato, Lendas e Mitos, Festas e Feiras, Músicas e Danças, Rituais e Costumes, Procissões e Romarias, Artefactos. A organização recebeu 504 candidaturas que foram avaliadas pelo Conselho Científico, que atribuiu o selo a 471 Nomeados. Os resultados da avaliação serão conhecidos a 7 de Junho. O Painel de Especialistas, composto por 7 elementos de cada um dos 18 distritos e 2 regiões autónomas, elegerá 7 patrimónios de cada região, num total de 140 finalistas regionais, que participarão nas respetivas eliminatórias regionais.

São quatro os Patrimónios nomeados do concelho de Odemira:

Cante ao Baldão acompanhado de Viola Campaniça | Categoria: Músicas e Danças

O cante ao baldão, tal como é cantado na região, é praticado apenas no Baixo Alentejo e preservado em escassas zonas serranas, como no concelho de Odemira. É um canto de despique, de improviso belicoso, cheio de regras e ajustes, que obedece a um "ponto", que se cantava nas feiras, nas tabernas e em qualquer serão. Ainda hoje persiste esta forma de cantar, sobretudo nas aldeias do interior. A viola campaniça, que também se encontra apenas no Baixo Alentejo e tem características únicas, acompanha estes cantares. Odemira orgulha-se de contar com cantadores, tocadores e construtores desse ofício.

Estas tradições têm sido revitalizadas graças ao esforço de associações e autarquias e à vontade dos cantadores e tocadores. Em S. Martinho das Amoreiras está em atividade o Centro de Valorização da Viola Campaniça e do Cante de Improviso, com vista à sua salvaguarda, dinamização e divulgação.

Candidatura: Viola campaniça | Categoria: Artefactos

A viola campaniça é diferente das demais violas existentes no país e encontra-se apenas no Baixo Alentejo. Era o instrumento usado para acompanhar o cante ao baldão e os cantares tradicionais, nas tabernas, nas festas e feiras. Os mestres, as oficinas e os centros de ensino e valorização assumem um papel fundamental no processo de salvaguarda e divulgação desta tradição.

No concelho de Odemira encontram-se tocadores e construtores desse ofício, como o Mestre Daniel Luz, que domina a arte de construir violas campaniças. Em S. Martinho das Amoreiras está em atividade o Centro de Valorização da Viola Campaniça e do Cante de Improviso, sob coordenação do músico Pedro Mestre e também ele detentor do conhecimento e da técnica construtiva da campaniça. Neste Centro já foram construídas várias violas sob orientação do mestre Daniel Luz, que também viu ser inaugurada uma oficina na sua terra, em S.Teotónio, e com o seu nome.

Candidatura: Pesca artesanal no litoral alentejano | Categoria: Rituais e Costumes

Desde o final do século XIX encontram-se na orla costeira do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina algumas pequenas povoações piscatórias. A frota de pesca local reflete e continua essa tradição, onde prevalecem as embarcações de boca-aberta e casco de madeira, com dimensões médias inferiores a nove metros. Trata-se de uma atividade artesanal muito seletiva e por isso com reduzido impacto nos ecossistemas marinhos. Recorre ao aparelho de linha, aparelho de anzol, rede de emalhar, armadilhas e mariscagem. Os pescadores são verdadeiros guerreiros do mar, sabem respeitar e preservar os conhecimentos e rituais adquiridos com os mais antigos e são por isso conhecedores dos melhores pesqueiros, das pedras e mares como ninguém.

No litoral odemirense existem quatro pequenos Portinhos do Canal (Vila Nova de Milfontes), Lapa de Pombas (Almograve), Entrada da Barca (Zambujeira do Mar) e da Azenha do Mar, onde exercem atividade cerca 100 pescadores, com uma frota na ordem das 50 embarcações que mantém as características das embarcações mais antigas. A construção naval também se manifesta no concelho, particularmente na Azenha do Mar e Vila Nova de Milfontes.

Candidatura: FACECO – Feira das Actividades e Culturais do Concelho de Odemira | Categoria: Festas e Feiras

A FACECO é a montra da riqueza, da diversidade e das capacidades do maior concelho em área do país, patentes nas diversas atividades económicas, sociais e culturais. É o espelho de tudo isso e muito mais: é convívio, negócio, debate, experiências, gastronomia, exposições, concursos e um diversificado programa cultural. O ponto alto de um ano de trabalho, num recinto único, aprazível, de verde e sombra vestido e repleto de vida. Acontece anualmente no terceiro fim-de-semana de julho, em S.Teotónio, numa organização do Município de Odemira.

O artesanato local tem sempre grande destaque e um pavilhão exclusivo, onde é possível apreciar peças de cerâmica e olaria, cestaria, tecelagem, traparia, joalharia, latoaria, abegoaria, instrumentos musicais e trabalhos em madeira. É um espaço onde se respira saber e é possível experimentar e criar, chegando a ser inspirador vivenciar aquele lugar, onde artesãos se cruzam e revelam a sua arte sem reservas. A presença do setor pecuário é igualmente muito forte, com a realização de diversas exposições e concursos de várias raças, como o concurso nacional da raça bovina Limousine e concursos regionais da raça bovina Holstein frísia e da cabra Charnequeira, sem esquecer o concurso de mel.

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