É a povoação mais a noroeste do concelho de Castro Marim e tem sido um dos melhores modelos de revitalização das aldeias do interior.
A aldeia das Furnazinhas, na freguesia de Odeleite, é também ‘uma terra com história’, fruto da pertença a um concelho que a defende e a valoriza. Há largos anos que em Furnazinhas se preserva o engenho e a arte da cestaria e da empreita. O legado do mestre cesteiro António Gomes deixou bem viva esta tradição e projeta-se para breve a abertura de uma “Estação das Artes”, que seja simultaneamente escola e palco do talento das jovens mãos que agarraram o ofício.
Com cerca de 50 habitantes, as Furnazinhas são hoje uma povoação de dinamismo turístico e cultural no interior algarvio, possibilitado, em grande parte, pelo investimento em melhores condições de vida, como o abastecimento domiciliário de água e esgotos e, mais recentemente, a rede móvel, num projeto pioneiro levado a cabo pelo município. Paralelamente, tem sido objeto do desenvolvimento de alguns projetos de combate ao isolamento da população, como o “Volta ao Monte” e integra a rota da Via Algarviana. Esta atividade tem criado oportunidade ao desenvolvimento de alguns alojamentos locais e espera-se, em breve, a abertura de um espaço de convívio, uma das faltas desta aldeia.
Estrategicamente localizada, a aldeia das Furnazinhas foi também uma das Aldeias de Lince, projeto concluído no passado dia 17 de outubro. Integrado no LIFE Lynxconnect, este projeto teve como objetivo uma intervenção de comunicação artística e participativa, com os residentes de três aldeias na zona de expansão para o Algarve, da área de reintrodução do Lince-Ibérico – Vale do Guadiana. Neste contexto, na passada terça-feira, o presidente do ICNF, Nuno Banza, juntou-se à comunidade e executivos locais, e visitou a instalação artística criada para as Furnazinhas e concebida pelo farense Tó Quintas, sublinhando-se a importância do envolvimento das comunidades, no sentido de criar valor aos territórios.