A Biblioteca Municipal de Lagos recebe no dia 15 de Outubro, pelas 16h00 e 21h30 uma tertúlia e espectáculo, com a escrita de Ana Paula Tavares e música de Toty Sa'Med, numa conversa moderada pela jornalista Fernanda Almeida
15 de Outubro│16h00 e 21h30 (próxima sessão a 3 de Dezembro)
Local: Biblioteca Municipal de Lagos
Org.: CM Lagos
Duração: 90m e 60m
Class. etária: M16
Participação gratuita, mas sujeita ao limite da lotação da sala. Inscrições previas através do telefone 282 767 816, página de Facebook da Biblioteca ou email biblioteca@cm-lagos.pt
16h00 – ERA PARA SER NÓS TODOS. Ana Paula Tavares (poeta) e Toty Sa’Med (músico e compositor) à conversa com a jornalista Fernanda Almeida (RDP África)
Trabalhar o futuro através da memória preservada na literatura e na escrita da canção é a proposta do primeiro dos vários encontros culturais “Diálogos do Sul” que irão acontecer na Biblioteca Municipal de Lagos, moderados pela jornalista Fernanda Almeida (RDP Africa). Os convidados desta sessão são Ana Paula Tavares e Toty Sa’Med, onde a escrita literária e a escrita de canções se cruzam sobre o passado de um mesmo sul, Angola, mas a olhar o futuro.
21h00 – TERTÚLIA MUSICAL
Um momento artístico intimista de divulgação e encontro de culturas onde Toty Sa'Med mostra um pouco da riqueza cultural e poética da música angolana e da sua matriz identitária, com a apresentação, por exemplo, de clássicos da música popular angolana, de clássicos do semba, de poemas eternos musicados como o “Meu Amor da Rua 11”, de Aires de Almeida Santos, o “Namoro”, de Viriato da Cruz ou “Mona Ki Ngi Xica”, de Bonga, cruzando tradição e modernidade.
BIOGRAFIAS:
Ana Paula Tavares nasceu na Huíla, Angola, em 1952. Poeta, professora e investigadora. Licenciada em História pela Universidade de Lisboa, Mestre em Literatura Brasileira e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa pela Universidade de Lisboa, e Doutorada em Antropologia da História pela Universidade Nova de Lisboa, foi Professora de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e de Língua Portuguesa na Universidade Católica de Lisboa. É Investigadora Integrada do Centro de Investigação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde coordena o Grupo de Investigação dedicado às Culturas e Literaturas Africanas de Língua Portuguesa; Colaboradora do Arquivo Histórico Nacional de Angola, Professora Convidada da Universidade Agostinho Neto, Luanda, e colaboradora da RDP-África.
Como escritora, tem várias publicações científicas dedicadas à sua área de investigação privilegiada, História e Literatura de Angola e, na área da literatura, tem vários livros de poesia publicados, dos quais se destacam “Dizes-me Coisas Amargas Como os Frutos”, Caminho, 2001 (Prémio Mário António da Fundação Calouste Gulbenkian, 2004) e “Manual para amantes desesperados”, Caminho, 2007 (Prémio Nacional de Cultura e Artes, secção de Literatura, Angola 2007), e poesia dispersa em várias Antologias publicadas na Galiza, Itália, França e em Portugal. Participa regularmente em encontros científicos e seminários internacionais de História de África e de História de Angola e em encontros literários.
Toty Sa’Med nasceu em Luanda, Angola, em 1989. Cantor, compositor e multi-instrumentista, é um dos artistas de culto da nova música angolana. Em 2016, grava e edita “Ingombota”, co-produzido por Kalaf Epalanga, um EP que reúne alguns clássicos do cancioneiro angolano num registo intimista, guitarra e voz, onde transparecem influências que vão desde Bonga a Djavan, discos gravados nos anos 70. A canção ‘Namoro’ que fecha o EP foi considerada o melhor Afro-Jazz pela Rádio Luanda em 2017. Parceiro musical de artistas como Aline Frazão que acompanhou à guitarra no tema ‘Susana’ (Insular - Valentim de Carvalho, 2015) e José Eduardo Agualusa, com quem compôs a canção que dá título ao álbum ‘Moura’ da fadista, Ana Moura. Assinou ainda composições para Dino d'Santiago, Cristina Branco e, com Sara Tavares, gravou o dueto ‘Brincar de Casamento’ (Fitxadu - Sony Music, 2017). Em 2019 lançou o single “Maldita”, uma canção que respira Luanda e Rio de Janeiro e que conta com a participação de Domenico Lancellotti na bateria. Em 2020, no contexto pandémico durante o longo período de isolamento, escreve e grava o seu primeiro álbum com data prevista de lançamento em 2022.
Fernanda Almeida, portuguesa, nasceu em Moçambique, em 1968. Licenciada em Ciências da Comunicação, pela Universidade Autónoma de Lisboa, é Jornalista da RDP África há vinte e seis anos, sempre na área cultural, e responsável e orientadora, na RDP África, dos estágios Curriculares do 1.º Ciclo da Licenciatura em Estudos Africanos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Atualmente produz, realiza e apresenta na RDP África os programas “Manual de Instruções” (programa semanal de entrevistas na área do voluntariado);“Escrever na água” (programa semanal sobre literatura Lusófona) e “Avenida Marginal” (conversas sobre questões fraturantes da nossa sociedade). Na Antena 1, modera o programa literário “Biblioteca Pública”, com os escritores Afonso Reis Cabral, Dulce Maria Cardoso e Richard Zimler e, de 2018 a 2021, moderou o programa “A Páginas Tantas”, com as escritoras Inês Pedrosa, Patrícia Reis e Rita Ferro. Extra Rádio, coordenou, de 2012 a 2015, o jornal cultural angolano “O Chá”, trabalhou na revista “Visão” (1993-96), colaborou em várias publicações e editoras, apresentou diversos eventos musicais e colaborou na peça de teatro “Os vivos, o morto e o peixe frito” do escritor angolano Ondjaki. Em 2022 foi distinguida com uma Menção Honrosa no Prémio de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia” pelas suas reportagens na RDP África “Uma escola, um novo futuro” e “Somos o que fazemos”.